Dino demite PF denunciado por cobrar propina para proteger empresários no RJ
Para o ministro, militar usava "abusivamente" a patente
Foto: Agência Brasil/Lula Marques
O ministro da Justiça, Flávio Dino, demitiu nesta sexta-feira (22) o delegado da Polícia Federal (PF), Wallace Fernando Noble Santos Soares, devido ao envolvimento em um esquema de corrupção. Segundo portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU), o militar usava "abusivamente" a patente.
Ele estava envolvido em um esquema descoberto em 2020, no qual uma organização criminosa na superintendência da PF do Rio de Janeiro pedia propinas em troca de proteção em investigações. O Ministério Público Federal (MPF) relatou que os delegados recebiam mesadas de R$ 5 mil para favorecer empresários envolvidos no esquema.
Além disso, Soares teria recebido R$ 480 mil para atuar no arquivamento de um inquérito. O esquema começou a ser investigado no contexto das Operações Titanium (fraudes envolvendo a Gerência de Saúde dos Correios) e Viupostalis (fraudes envolvendo o Postalis).
O primeiro crime descrito na denúncia envolve uma propina no valor de R$ 480 mil paga pelos sócios das empresas Especifarma Comércio de Medicamentos e Produtos Hospitalares e Merriamfarma Comercio de Produtos Farmacêuticos Ltda a Soares. Essa propina tinha o objetivo de influenciar a atuação dele para encerrar as investigações em andamento na delegacia da PF de Volta Redonda.
