Política

Diretor-geral da PF é considerado pivô de crise Bolsonaro-Moro

Anderson Torres havia se queixado de Moro em um ofício

Por Da Redação
Ás

Diretor-geral da PF é considerado pivô de crise Bolsonaro-Moro

Foto: Reprodução/Twitter/@Planalto

O pivô da crise entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um dos policiais federais mais próximos do presidente da República. Anderson Torres, secretário de Segurança do Distrito Federal, quase foi escolhido diretor-geral da Polícia Federal pouco antes da eleição do então candidato do PSL ao Palácio do Planalto.

Na semana passada, o presidente se reuniu com os secretários de Segurança de todo o país sem a presença de Moro, quando discutiu a possibilidade de dividir o ministério da Justiça e da Segurança em dois. Duas horas antes do encontro, Torres foi recebido por Bolsonaro no Planalto. No dia anterior, havia se queixado de Moro em um ofício. Diante da repercussão negativa, Bolsonaro recuou da ideia de desmembrar a pasta do ex-juiz da Operação Lava Jato, que mantém, por ora, seu comando sobre Polícia Federal.

Os caminhos que se previam para Torres mudaram na reta final da campanha eleitoral de 2018. E tudo com a chegada de Moro ao governo de transição.

O ex-juiz foi escolhido ministro da Justiça com direito a "porteira fechada" nas nomeações e a um ministério turbinado, com a incorporação de vários órgãos poderosos, como o Ministério da Segurança Pública, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e a CGU (Controladoria Geral da União). Ao final, a CGU acabou ficou de fora da pasta e o Coaf — tormento do filho do presidente da República —, também.

Com essa mudança na configuração do futuro governo Bolsonaro, ainda em 2018, Torres acabou indo para o Governo do Distrito Federal. O governador de Brasília, Ibaneis Rocha (MDB), o nomeou secretário de Segurança.

Anderson Gustavo Torres tem 43 anos e é delegado da Polícia Federal. Foi papiloscopista da Polícia Civil de Goiás. Na PF, atuou em Roraima e nas operações na reserva indígena Raposa Serra do Sul, que acabaram por prender em 2008 o agricultor Paulo César Quartiero, líder dos arrozeiros da região.

Torres chegou a ser acusado de tortura. A investigação foi arquivada e reaberta, mas ele acabou absolvido em 2018. Houve "pedido de absolvição pelo próprio Ministério Público Federal com base na inexistência dos fatos", afirmou o delegado em nota divulgada no ano passado.

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