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Divergências em sistemas impedem Brasil de saber número real de testes para Covid-19

Sistema oficial de registro de informações apresenta lacunas, mas tem alta adesão, diz Ministério da Saúde

Por Da Redação
Ás

Divergências em sistemas impedem Brasil de saber número real de testes para Covid-19

Foto: Reprodução

Uma série de falhas e divergências entre os sistemas de registro de testes do Ministério da Saúde e dos Estados impede que o País saiba o número real de exames de coronavírus que foram realizados desde o início da pandemia. O Estadão com as 27 secretarias estaduais da Saúde levantaram dados com o Ministério da Saúde e descobriu problemas como duplicidade de registros, número não informado por incompatibilidade de sistemas e até casos em que exames para gripe estão sendo contabilizados como teste do novo coronavírus.  

O sistema utilizado pelo governo federal para receber informações sobre os testes chama-se GAL, sigla para Gerenciador de Ambiente Laboratorial. É nele que os profissionais de saúde registram uma amostra quando atendem um paciente com suspeita de doença respiratória. A partir daí, exame é colhido e entra no sistema com o status de triagem. É responsabilidade do laboratório que recebe a amostra informar por meio do GAL que o material coletado passou para a fase de análise e, posteriormente, teve o resultado liberado.

O problema surge a partir de que nem todas as unidades de saúde e Estados são obrigadas a utilizar o GAL. Então, nas estatísticas oficiais da Saúde sobre o número de testados não entram exames feitos pelos laboratórios que, por escolha ou falta de opção, não utilizam o sistema.

O Ministério da Saúde admitiu que o sistema utilizado possui lacunas, mas ressaltou que embora não seja utilizado pela maioria dos Estados, o GAL tem alta adesão. 

"O sistema GAL não é de notificação compulsória. Embora seja um sistema por adesão, possui uma base de dados robusta, contando com mais de 30 mil usuários, utilizado por mais de 1.200 laboratórios, 4.664 municípios e 8.211 Unidade Básicas de Saúde (UBS). Mostra um retrato do gerenciamento de informações laboratoriais no Brasil. Assim, é esperada divergência entre os dados do sistema e aqueles próprios administrados pelos demais gestores”, informou a pasta.

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