Doação de sangue no inverno e pandemia
Uma pessoa pode doar até 450 ml de sangue e salvar quatro vidas; leia o editorial
Foto: Divulgação
A pandemia durante o inverno preocupa ainda mais os bancos de sangue de todo Brasil. Não à toa – índices oficiais comprovam o temor: dados do Ministério da Saúde estimam que, em 2020, houve diminuição de cerca 20% no total de doações de sangue nos hemocentros do país, em comparação a 2019.
O mesmo estudo indica que a chegada do inverno e das férias escolares impacta ainda mais o volume de doações – chega a cair em torno de 30%.
Ao mesmo tempo, uma preocupação com impactos ainda mais diretos e sérios corre em paralelo: manter os estoques de sangue para cirurgias de emergência e para pacientes crônicos.
“O dia que você decidiu sair de casa para dividir seu sangue com um estranho, salvou minha vida. Se hoje estou escrevendo esta carta, é porque, graças a você, estou viva”, ela é uma suposta carta de uma pessoa que sobreviveu a um procedimento médico porque havia estoque de bolsas de sangue no hospital onde estaria internada.
Pode ser apenas uma campanha, pode ser – e provavelmente é – um caso real, mas o que de fato importa é a urgência na mensagem. Aliás, uma única pessoa pode doar até 450 ml de sangue e salvar até quatro vidas.
Cada bolsa coletada passa por processamentos que separam os componentes do sangue: hemácias, plasma, plaquetas e crioprecipitado (fonte concentrada de proteínas plasmáticas insolúveis à baixa temperatura).
Neste inverno, o desafio pode ser mais do que vencer a pandemia, é também sair debaixo de uma coberta e se aventurar – seguro e com cuidados – por um bem maior, ir a um hospital para salvar vidas.