Doação e transplante de órgãos

Os impactos da pandemia da Covid-19, que se estendem por todos os setores, afetaram diretamente a realização de transplantes de órgãos. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil manteve os programas de transplantes, mas teve redução de cerca 40% nos procedimentos. 

De janeiro a julho de 2019, por exemplo, foram realizados 15.827 transplantes e, no mesmo período em 2020, foram 9.952. Enquanto isso, mais de 41 mil pessoas aguardam em fila o transplante de órgãos no Brasil. 

Mas é seguro doar órgãos e tecidos em meio à pandemia da Covid-19? Uma pesquisa no Ceará levantou números relacionados às taxas de infecção e mortalidade de pacientes transplantados, com foco em medula óssea e foi constatada baixa percentagem de infectados pelo novo coronavírus a partir da doação de medula, embora haja maior vulnerabilidade entre pacientes com doenças onco-hematológicas.

Neste momento, é mesmo necessário para dar segurança científica aos pacientes e profissionais de saúde envolvidos no transplante, e outras pesquisas sobre o tema precisam ser desenvolvidas no Brasil. É preciso saber lidar com isso para descobrir como continuar cuidando das pessoas.

E a doação de órgãos deve ser estimulada depois da pandemia. Que este panorama de queda nas doações tenha contribuído para dar visibilidade ao tema, esclarecer e sensibilizar para a importância da doação de órgãos e tecidos. Afinal, o transplante não acontece se não houver um doador.