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Doença descompressiva: saiba mais sobre a condição que resultou na morte de turista em Fernando de Noronha

Doença que acontece especialmente com mergulhadores; existe uma recomendação internacional para evitar a doença

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Doença descompressiva: saiba mais sobre a condição que resultou na morte de turista em Fernando de Noronha

Foto: Reprodução/Instagram

Doença descompressiva foi o que matou Bruno Jardim de Miranda Zoffoli, um mergulhador de 43 anos, em Fernando de Noronha, na terça-feira (15), depois de realizar um mergulho com cilindro a uma profundidade de 62 metros. Ele chegou a ser encaminhado para uma emergência, mas morreu após uma parada cardiorrespiratória.  

A doença descompressiva acontece especialmente com mergulhadores, provocada pela formação de bolhas no sangue pelo excesso de nitrogênio ou outro gás utilizado nos cilindros de oxigênio, esses gases não interagem com o organismo.  

Esses gases são utilizados nos cilindros para simular o ar que normalmente respiramos, que é misturado com outros elementos, além do oxigênio. Mas, como a pressão no fundo do mar é bem maior que na atmosfera, os gases passam para o estado líquido e se dissolvem no sangue.

Acontece uma liquefação no sangue e nos tecidos humanos. Quando se retorna a pressão mais baixa, os líquidos voltam a ser gases formando bolhas no sangue. E assim, se juntam fazendo êmbolos que vão se alojar em órgãos e até mesmo no cérebro. Com isso, a pessoa pode ter falência de órgãos por conta da pressão. 

Como os gases inertes não interagem com o organismo, eles não causam nenhum mal. A formação de bolhas é normal na liberação desses gases, desde que não se acumulem, são liberados pela respiração. A doença descompressiva acontece quando o retorno para a superfície é mais rápido do que a capacidade do corpo de expelir os gases sem que eles se acumulem.

Quando as bolhas se agrupam rapidamente, acontece um fenômeno chamado embolia - quando as bolhas no interior dos vasos ficam grandes o suficiente para impedir a circulação sanguínea de forma adequada. 

Para o mergulho, que é uma atividade esportiva, existe uma recomendação internacional de um tempo de descompressão que varia conforme a profundidade e o tempo que você passa lá embaixo. Profundidades acima de 50 metros são consideradas grandes profundidades e vão exigir um tempo bem longo de descompressão. 

Sintomas 

Os principais sintomas são: pressão baixa, desequilíbrio, desorientação, náusea e vômitos, sensação de flutuação e dificuldade para falar e caminhar. Esses são os primeiros sinais da doença descompressiva, a seguir podem vir outros mais intensos como a  parada cardiorrespiratória, crises convulsivas e perda de consciência. 

Como evitar 

A doença descompressiva pode ser evitada se o retorno gradual à superfície, obedecendo os padrões internacionais de mergulho, forem obedecidos. Outra recomendação é que o mergulhador sempre esteja acompanhado por uma equipe treinada que seja capaz de identificar os sinais de complicações e prestar os primeiros socorros. 

Como a doença pode ser revertida

A doença descompressiva pode ser revertida com o uso de uma câmera hiperbárica, como a que foi utilizada pelo turista em Fernando de Noronha, antes da morte. Ela faz a recompressão do paciente e administra altas concentrações de oxigênio no corpo.

A câmara faz com que a pessoa respire o oxigênio em alta pressão, fazendo com que esse oxigênio substitua gradualmente os outros gases. Dessa forma, faz a troca do nitrogênio por oxigênio gradualmente, e o organismo vai se estabilizando.    

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