Dos 53 deputados do PSL, 25 devem ir para novo partido de Bolsonaro
A possível migração vai alterar a dinâmica da negociação política no Congresso
Foto: Reprodução / Carolina Antunes (O Globo)
Após a decisão de Jair Bolsonaro em deixar o PSL, há especulações de que pelo menos 25 dos 53 deputados federais da sigla devem acompanhar o presidente para fundar o novo partido, a Aliança pelo Brasil.
Se a criação do partido for adiante, a tendência é que as forças de centro se fortaleçam ainda mais no Congresso. Com a base enfraquecida, o governo pode ter mais dificuldades na relação com o Legislativo.
Outros 27 indicam que vão permanecer nos quadros da legenda, enquanto um ainda não decidiu qual rumo vai tomar.
A possível migração vai alterar a dinâmica da negociação política. O PSL, segundo maior partido da Câmara, passaria a ser a nona maior bancada, caso os deputados hoje indecisos decidam continuar no partido, enquanto a Aliança pelo Brasil ficaria com a 12ª posição. O PL, integrante do centrão - que reúne ainda PP, DEM, Republicanos, PTB, PSD e Solidariedade -, seria alçado à segunda bancada, atrás do PT. O bloco informal soma mais de 250 votos na Casa.
Há matérias empacadas na Câmara consideradas bandeiras por Bolsonaro, como o projeto que flexibiliza regras de trânsito. A reforma administrativa que o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende enviar é outra pauta com grandes chances de dispersão de apoios. Uma derrota recente ao governo imposta pelo centrão foi a votação do projeto de armas, que acabou desfigurado. Outro tema que pode ter o mesmo destino é o pacote anticrime, do ministro Sergio Moro.
Deputados que indicaram permanecer no PSL dizem que vão apoiar a pauta econômica e de costumes do governo, mas não terão a obrigação de seguir as orientações do Palácio do Planalto.