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Caso Marielle: Durante depoimento, Rivaldo afirma que não conhecia irmãos Brazão

Ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa está preso desde 24 de março na Penitenciária Federal de Brasília

Por Da Redação
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Caso Marielle: Durante depoimento, Rivaldo afirma que não conhecia irmãos Brazão

Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa informou, nesta segunda-feira (3) durante o depoimento à polícia Federal, que não conhece os irmãos Brazão e que não participou de nenhuma trama para matar a vereadora Marielle Franco (PSOL).

Segundo Rivaldo, Ronnie Lessa o implicou na investigação visando se vingar por ser preso, segundo fontes que acompanham o caso. O depoimento de Rivaldo foi marcado após determinação do ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e depois de o delegado escrever um bilhete, na cadeia, implorando para ser ouvido pela PF.

O interrogatório foi acompanhado por dois agentes da PF, por um delegado, dois advogados e um integrante da cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com fontes próximas ao caso, não há possibilidade, por hora, de Rivaldo colaborar com a investigação. Isso porque ele afirma ser vítima de uma armação de Ronnie Lessa, ex-policial militar que confessou ter assassinado a vereadora.

O ex-chefe da Polícia Civil foi preso em 24 de março, no Rio de Janeiro e enviado no mesmo dia para a Penitenciária Federal de Brasília. Ele é suspeito de planejar o crime e de atrapalhar o andamento das investigações.

Já o deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, também foram presos naquele dia. Os irmãos Brazão são suspeitos de serem os mandantes do assassinato da ex-vereadora e do motorista Anderson Gomes.

Tanto Rivaldo quanto os irmãos Brazão foram citados por Ronnie Lessa, suspeito de ser o autor dos disparos contra Mariellle, em delação premiada homologada pelo STF em março.

"Falaram o tempo todo que o Rivaldo estava vendo, que o Rivaldo já está redirecionando e virando o canhão para outro lado, que ele teria de qualquer forma que resolver isso, que já tinha recebido pra isso no ano passado, no ano anterior, ele foi bem claro com isso: 'ele já recebeu desde o ano passado, ele vai ter que dar um jeito nisso'. Então, ali, o clima já estava um pouco mais tenso, a ponto até mesmo na forma de falar", afirmou Lessa, sobre a delação que Rivaldo atuou para tentar proteger ele e os irmãos Brazão da investigação depois do assassinato.

Chefe da PC um dia antes do assassinato

Rivaldo Barbosa se tornou chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro um dia antes do assassinato de Marielle e Anderson. No dia seguinte ao assassinato, Rivaldo nomeou o delegado Giniton Lajes para comandar a Delegacia de Homicídios. Em relatório da investigação, a Polícia Federal afirma que a escolha de um homem de confiança serviu para que os trabalhos de sabotagem se iniciassem no momento mais sensível da apuração do crime.

Os investigadores dizem ainda que Rivaldo e o delegado escolhido por ele só prenderam os executores por pressão imposta pela sociedade e pela mídia e para preservar os autores intelectuais.

A defesa de Giniton Lajes chamou a acusação contra ele de "infâmia grosseira". Disse que ele é o responsável por descobrir a autoria do crime e não a Polícia Federal.

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