Economia da China desacelera e cresce apenas 0,4% no 2º trimestre

O Departamento Nacional de Estatísticas da China revelou que o país cresceu somente 0,4% no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Esse foi o ritmo de aceleração mais lento registrado desde o início da pandemia do novo coronavírus, impactado pela política sanitária. As medidas seguem provocando bloqueios generalizados e quarentenas em massa, interrompendo algumas atividades comerciais.

O resultado do período não atendeu as previsões dos economistas, que apostavam em avanço de 1%. A desaceleração de 2020 foi de curta duração, com a economia chinesa se recuperando quase imediatamente. No entanto, segundo o jornal "The New York Times", o panorama atual não é tão promissor.

De acordo com o departamento de estatística, o desemprego está próximo dos níveis mais altos já registrados. O índice entre os jovens cresceu para 19,3%. Outro setor que ainda não apresentou recuperação foi o mercado imobiliário. Com isso, as pequenas empresas estão arcando com o peso da fraqueza nos gastos do consumidor.

Segundo o governo, as vendas no varejo, um indicador de quanto os consumidores estão gastando, registraram um declínio de 4,6 por cento em relação ao ano anterior, de abril a junho.

“A China não está em posição de ser o motor global do crescimento, agora, e os fundamentos de longo prazo apontam para um crescimento muito mais lento na próxima década”, disse Kenneth Rogoff, professor de economia da Universidade de Harvard e ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional.