Eduardo Bolsonaro visa novas sanções dos EUA contra o Brasil
Deputado afirmou que tem intenção de levar tema à Europa para pressionar por medidas contra STF no Parlamento

Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse nesta segunda-feira (11), em entrevista ao portal Financial Times, que os Estados Unidos deverão intensificar a pressão contra o Supremo Tribunal Federal (STF), impondo novas sanções aos ministros que não finalizarem o julgamento do pai, Jair Bolsonaro. O ex-presidente é réu no processo de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Eduardo Bolsonaro comanda um lobby em Washington para que os EUA adotem medidas contra a Corte para poder evitar uma possível prisão de Jair Bolsonaro.
“Eu sei que Trump tem uma série de possibilidades sobre a mesa, desde sancionar mais autoridades brasileiras, até uma nova onda de revogação de vistos, até questões tarifárias”, afirmou Eduardo Bolsonaro.
De acordo com o deputado, Washington deve aumentar penalidades depois do governo americano já ter adotado sanções ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo processo.
Eduardo Bolsonaro disse que "Moraes queimou todas as suas opções" e que o presidente Donald Trump “ainda não. Trump ainda tem a opção de dobrar sua aposta com base na reação de Moraes”.
Dentre as possíveis retaliações, o deputado menciona a chance de sanções contra a esposa do ministro, "que é seu braço financeiro", além da revogação de vistos a aliados do ministro. A ameaça de retaliações já havia sido estendida a aliados de Moraes na semana passada, em publicação realizada pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
Ao Financial Times, o deputado disse que ainda tem intenção de encaminhar o tema à Europa para poder pressionar por sanções contra o STF no Parlamento Europeu. “Eu quero levar as sanções dos EUA à atenção dos parlamentares europeus para que ele possa ser sancionado lá”, disse.
Apesar das críticas internamente, que acusam a campanha do parlamentar de prejudicar exportações e empregos no Brasil, ele defende que a atuação tem intenção de "salvar a democracia" e ainda admite estar preparado para "as pessoas da esquerda que possam me insultar e criticar".