Educação embargada
Confira nosso editorial desta segunda-feira (27)
Foto: Divulgação
Há um ano, o Ministério da Educação (MEC), então nos primeiros dias do Governo Bolsonaro, anunciava significativas mudanças no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que tanto modernizava como agilizava a adesão do estudante ao programa voltado ao ensino superior. Hoje, velhos fantasmas novamente perturbam o sistema.
O Sisu 2020 continua suspenso por uma liminar da Justiça e é mais um ano em que programas educacionais são prejudicados por alguma falha no seu trâmite. É árduo o caminho do estudante que busca aporte financeiro do governo para se enveredar no Ensino Superior. São incontáveis horas de estudo para se preparar ao Enem e, à diante, o Sisu aparece, pelo segundo ano consecutivo, como um obstáculo.
O erro da gráfica que imprimiu as provas e o equívoco do MEC ao tentar às pressas consertar o gabarito geraram ações judiciais até a suspensão do Sisu. O desenrolar disso pode ser decidido hoje – a Advocacia Geral da União (AGU) avaliará que medida adotar e não está descartada a possibilidade de tentar derrubar a liminar do Supremo Tribunal Federal (STF). O imbróglio continua, o que certamente só aumenta a ansiedade e o drama do estudante.
Cabe ao ministro Abraham Weintroub administrar a situação daqui pra frente com menos ataques infantilóides e mais seriedade que o cargo de titular de uma importante pasta do governo federal exige. Antes de apontar o dedo, sem provas e de forma intimadora, poderia simplesmente vir a público e tentar mostrar preocupação com agora comprovado erro em vias de solução.
Afinal, é o tão esperado sonho de chegar à faculdade que está em jogo, um desejo, que também é uma necessidade para construir uma vida melhor e mais segura, que não quer se ver prejudicado por ódio partidário ou ideológico.