Inerente ao homem
Confira a crônica desse domingo
Foto: Divulgação
O passado é presente. Já o presente é estático. Não há como fugir das demandas do agora sem que a mente revise, numa dinâmica incrível, os fatos e ficções que tornam aquele momento possível.
As lembranças e desejos circulam, oferecem possibilidades, recriam o futuro e até mesmo o torna o homem mais feliz do mundo. Não que ele queira este título, porque sabe que lidar em tempo integral com a felicidade é coisa de outro mundo.
Conflitos internos são inerentes ao ser humano. É inegável, e colocam à prova a nossa capacidade de revertê-los em calmaria, e então sentir-nos plenos de vida. É o círculo vicioso da condição humana.
As referências da sabedoria de hoje são as glórias e esforços de outrora. E isso não tem nada a ver com o futuro, que ainda o aguarda lá longe, no anonimato, na espreita do embate psíquico.
É, por certo, a quimera da existência. O sublime momento em que peleja-se consigo mesmo para afundar com sonhos e emergir com convicções.
O presente é o documento que vira passado. Escrevê-lo, memorizá-lo e divulgá-lo apenas aumenta o espaço-tempo das possibilidades desgraçadas, dos fatos mal interpretados e das lições mal tomadas. O documento do passado é um legado esquisito quando sem valor algum para o presente e, mesmo assim, cabível de lembrança.