Eleições da Venezuela acontecem neste domingo; oposição busca vitória histórica após 25 anos
Presidente Nicolás Maduro enfrenta o opositor Edmundo González
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Neste domingo (28) os cidadãos da Venezuela vão às urnas, das 6h às 18h, para escolher o próximo presidente. O embate acontece entre o atual mandatário, Nicolás Maduro, e o opositor Edmundo González, na eleição considerada a mais desafiadora nos últimos 25 anos do país.
A campanha começou oficialmente no dia 4 de julho e terminou na quinta-feira (25). A votação não terá segundo turno e o vencedor ficará por seis anos no poder.
Cerca de 21 milhões de venezuelanos estão registrados para votar. Maduro, aos 61 anos, tenta o terceiro mandato. Ele já está há 11 anos no poder e chegou à Presidência da Venezuela após a morte de Hugo Chávez, em 2013. Se a oposição vencer, seria o encerramento de um ciclo que começou há 25 anos, com Chávez.
Edmundo González é ex-diplomata e tem 74 anos. Ele encabeça a chapa da coalizão "Plataforma Unitária Democrática (PUD)". A nomeação dele foi feita após as opositoras María Corina Machado e Corina Yoris serem impedidas pelo regime de Maduro de concorrer.
Além de Maduro e Chávez, existem outros candidatos, mas com menos intenções de votos. São eles: Benjamín Rausseo (CONDE); Antonio Ecarri (Alianza del Lápiz); Daniel Ceballos (AREPA); Luis Eduardo Martínez (AD); José Brito (PV); Claudio Fermín (SPV); Javier Bertucci (EL CAMBIO); e Enrique Márquez (CG).
Eleitores fizeram filas antes da abertura das urnas em Caracas, capital venezuelana. Fora do país, a eleição também foi aberta. Na Austrália e no Japão, de acordo com o site venezuelano El Pitazo, os eleitores já estão votando. Ao todo, mais da metade dos quase 8 milhões de venezuelanos que emigraram na última década tem idade para votar.
Foram instaladas 30.026 mesas eleitorais em 15.700 centros de votação ao longo do país. O governo disponibilizou um número de telefone para que os cidadãos confiram o centro de votação e a informação está no site do Conselho Nacional Eleitoral.
O resultado deve sair no final da noite de domingo ou madrugada de segunda. A lei do país proíbe a divulgação de pesquisas boca-de-urna e de parciais da apuração.
Na última quarta (17), Maduro disse em um comício que o país pode enfrentar um "banho de sangue" e uma "guerra civil" caso ele não seja reconduzido ao cargo. A declaração foi dada em um ato público em Parroquia de la Vega, um distrito popular na Zona Oeste de Caracas.
Os militares da Venezuela são apoiadores de Maduro. O Ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, disse que as Forças Armadas respeitarão o resultado, previsto para sair entre a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira (29). Maduro argumenta que a Venezuela tem o "sistema eleitoral mais transparente do mundo".
Após a fala de Maduro, o presidente Lula (PT), aliado há anos do mandatário venezuelano, chegou a se pronunciar e disse que ficou assustado. A declaração foi rebatida por Maduro que afirmou “quem se assustou, que tome um chá de camomila”.
O Brasil acompanha com atenção os resultados. O assessor especial para a política externa, Celso Amorim, estará na Venezuela como representante do governo brasileiro.
Segundo o Índice da Democracia, ranking global anual do grupo que publica a revista britânica The Economist, a Venezuela é um dos regimes mais autoritários da América Latina. O levantamento aponta que o país tem pouco pluralismo no processo eleitoral, funcionamento do governo e liberdade civil.