Em audiência, Alden diz que discurso de Ricardo Lewandowski contra CACs ‘não se sustenta’
Declaração ocorre após ministro anunciar decreto que regulamenta o uso de armas no Brasil
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O deputado federal Capitão Alden (PL-BA) rebateu na terça-feira (3), durante audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, a declaração do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, sobre a necessidade de regulamentar as armas no Brasil. Segundo Alden, a narrativa de que "quanto mais armas, mais crimes" não se sustena diante dos dados de violência em estados como a Bahia.
Presente na audiência, o ministro do governo Lula (PT) argumentou que a arma é um instrumento letal e destacou que o Ministério da Justiça e Segurança Pública elaborou um novo decreto que regulamenta o uso de armas, o funcionamento de clubes de tiro e estabelece um estatuto para atiradores e colecionadores esportivos.
“O senhor disse que quanto mais armas, mais crimes. Por cinco anos consecutivos, a Bahia é o estado mais violento do Brasil, com uma média de quatro mil assassinatos por ano. Em 18 anos, coincidentemente ou não, somamos mais de 100 mil assassinatos no governo do PT”, rebateu Alden.
“O Ministério da Saúde divulgou recentemente que foram gastos, somente na Bahia, mais de R$ 20 milhões com feridos a bala. Além disso, a Bahia é o estado que menos soluciona inquéritos policiais relacionados a homicídios, apenas 14%. Sabe qual é a grande piada? A Bahia, segundo a Polícia Federal, tem 177 mil armas registradas, sendo 72 mil proprietários de armas de fogo em uma população de quase 15 milhões de habitantes”, completou.
Alden destacou que, dos 28 mil CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores), apenas 12 mil armas estão registradas e, dessas, apenas 98 foram roubadas, furtadas ou extraviadas, o que desqualifica a narrativa de que esses armamentos seriam usados contra a polícia.
“Perguntei à PF quantas armas foram roubadas, furtadas ou extraviadas, já que dizem que elas acabam na mão da criminalidade e são usadas contra a polícia. A resposta? Nos últimos cinco anos, apenas 98 armas. Ainda assim, querem empurrar a todo momento a narrativa de que mais armas significam mais violência”, afirmou o deputado.
“Dizem que armas não combinam com educação, que clube de tiro não pode funcionar. Mas puteiro, boate, boca de fumo e uma série de outras atividades ilegais podem”, concluiu.