Em Gaza, cães passam a atacar pessoas e se alimentar de cadáveres em meio à fome extrema
A cidade foi oficialmente apontada como em estado de fome pelo IPC, órgão apoiado pela ONU

Foto: Reprodução/redes sociais
Com a cidade de Gaza em ruínas e em meio à crise de fome, moradores relatam que cães mudaram o seu comportamento e passaram a se alimentar de cadáveres humanos e a atacar pessoas nas ruas.
"À noite, ouvimos os cães a uivar. Tornaram-se selvagens de tanto comerem cadáveres. O seu ladrar mudou, tornando-se feroz", contou à CNN o palestino Majdi Abu Hamdi, de 40 anos e pai de quatro filhos, em matéria publicada nesta segunda-feira (25).
Segundo ele, os ataques caninos não se limitam a humanos apenas. "Há dois dias, por engano, um gato passou perto deles. Mais de vinte cães atacaram-no e despedaçaram-no", detalhou.
Na última sexta-feira (22), Gaza foi apontada oficialmente, pela primeira vez, como em estado de fome pela Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês), órgão apoiado pela ONU. O documento indica que 500 mil pessoas enfrentam condições "catastróficas" no enclave, caracterizadas por fome extrema, miséria e risco elevado de morte.
Apenas quatro vezes a classificação de fome foi constatada pelo órgão desde que o padrão foi criado em 2004: na Somália (2011), no Sudão do Sul (duas vezes, em 2017 e 2020), e no Sudão (2024).