Vídeo: TV mostra momento em que Israel bombardeia hospital em Gaza; 20 morreram, entre eles 4 jornalistas
Exército de Israel confirmou o ataque e disse não ter jornalistas como alvo; ataque contou com dois bombardeios, sendo o segundo com a equipe de resgate no local

Foto: Alghad TV
O Exército de Israel atacou, nesta segunda-feira (25), o Hospital Nasser, na Faixa de Gaza, e matou 20 pessoas, entre elas quatro jornalistas que trabalhavam para Reuters, Al-Jazeera e Associated Press (AP).
A TV Alghad da palestina flagrou o momento do ataque. As imagens confirmam os relatos de testemunhas, que disseram que houve um intervalo entre dois mísseis que atingiram o hospital.
O segundo ataque ocorreu depois que equipes de resgate, jornalistas e outras pessoas inspecionavam os danos do primeiro bombardeio. [Assista o vídeo no final da matéria]
O hospital Nasser é o maior da cidade de Khan Younis, e único ainda operacional no sul de Gaza. A Defesa Civil de Gaza afirmou que esta foi a 26ª vez que suas equipes são alvos de ataques israelenses durante trabalhos de resgate.
Entre os jornalistas mortos, um deles trabalhava como freelancer para a agência de notícias Reuters, outro trabalhava para a AP, e os outros dois prestavam serviços à TV catari "Al Jazeera". Eles foram identificados como Hussam al-Masri, Mariam Abu Dagga, Mohammed Salama e Moaz Abu Taha.
No total, mais de 240 jornalistas palestinos morreram em ataques israelenses em Gaza desde o início da guerra, em 2023. Israel não permite a entrada em Gaza de repórteres de agências de notícias ou grandes veículos internacionais para cobrir o conflito, o que contraria diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU).
O Exército israelense confirmou a autoria do bombardeio e lamentou "qualquer ferimento entre pessoas não envolvidas". A pasta disse também não ter tido intenção de atingir jornalistas, mas não explicitou quem era o alvo do ataque.
A Reuters lamentou a morte de Hussam al-Masri, e disse que o fotógrafo Hatem Khaled, outro palestino que prestava serviços à agência, ficou ferido no ataque. Uma transmissão ao vivo que Hussam operava foi interrompida abruptamente no momento do ataque inicial, segundo imagens da agência.
No início de agosto, seis profissionais da TV "Al Jazeera" morreram em um ataque de Israel. O governo israelense rompeu os laços com o veículo e acusa os profissionais de integrarem o Hamas, algo que a "Al Jazeera" nega.
O ataque desta segunda acontece em meio ao plano do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de ocupar totalmente a Faixa de Gaza. O Hamas chama a decisão de crime de guerra.
Segundo a mídia israelense, a nova investida terá duração prevista de quatro a cinco meses e terá como foco conquistar "novas e vastas" áreas da Cidade de Gaza, com ordens de evacuação à população local e operações militares com tanques de guerra.
A expansão do conflito gerou críticas da comunidade internacional, além de protestos dentro de Israel e oposição do Exército ao plano. Tanques israelenses foram vistos se posicionando na fronteira com Gaza nesta segunda.
Crise humanitária
A nova investida tem o potencial de agravar ainda mais a crise humanitária em Gaza, onde palestinos enfrentam fome generalizada, com escassez de comida, água e remédios, com entrega de alimentos "a conta-gotas", segundo a comunidade internacional.
Mais de 61 mil pessoas morreram no território desde o início da guerra entre Israel e Hamas, iniciada após ataque terrorista no sul de Israel, que matou mais de 1.200 israelenses e mais de 250 foram levados como reféns.
Veja vídeo: