Em relatório, EUA afirmam que Brasil não cumpre critérios mínimos para coibir tráfico de pessoas no país
Documento americano de 2022 ainda aponta frouxidão das medidas de combate e punição
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Um relatório da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, publicado em agosto de 2022, alertou sobre a ineficácia de ações do país para impedir o tráfico de pessoas em território nacional. "O governo brasileiro não cumpre os critérios mínimos para a erradicação do tráfico, mas está fazendo significativos esforços", destacou o documento.
O texto abordou a captação de pessoas para trabalho em condições análogas à escravidão, turismo sexual, tráfico de crianças e exploração de mulheres. E os EUA apontam frouxidão das medidas de combate e punição, falta de conhecimento das autoridades e inadequação dos sistemas de proteção às vítimas.
"O governo não relatou quaisquer condenações definitivas. As autoridades continuam a punir a maioria dos traficantes de pessoas para trabalho escravo com penas administrativas em vez de encarceramento, o que não exerceu uma função dissuasora eficaz nem ofereceu justiça às vítimas. O governo relatou esforços limitados para combater o tráfico sexual ou para identificar as vítimas de tráfico sexual entre populações extremamente vulneráveis, como crianças e pessoas LGBTQI+. Algumas autoridades demonstraram ter conhecimento falho sobre o crime de tráfico de pessoas, deixando, assim, vítimas vulneráveis serem penalizadas por atos ilícitos que seus traficantes as obrigaram a cometer. Os mecanismos de proteção às vítimas, incluindo abrigos, permaneceram inadequados e variaram muito de estado para estado", diz o trecho.
Para melhorar o combate ao tráfico de pessoas no Brasil, o documento americano também lista algumas sugestões, como investigações contundentes, penas mais severas, capacitação de autoridades e aumento de coordenação entre os níveis federal, estadual e municipal, além de compilação de dados e alocação de recursos.