Em um cenário parecido com o Europeu, Brasil tem hoje mais de 20 milhões de idosos

Os dados divulgados pelo Censo de 2022 revelaram uma nova distribuição na população brasileira: a proporção de idosos com 65 anos ou mais atingiu o recorde de 10,9%, enquanto a de crianças e jovens até 14 anos caiu para 19,8%.  

Assim, o país avança na transição demográfica em direção ao envelhecimento populacional, um fenômeno já observado em países europeus, nos quais 21% da população tem mais de 65 anos. É possível observar ainda que a pirâmide etária brasileira, que apresentava uma base larga, encurtou e assumiu a forma de gota com a ampliação do topo.

Segundo os especialistas, a combinação de redução nas taxas de fecundidade e de mortalidade levou ao aumento no número de idosos, seja no Brasil ou na União Europeia.

O gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE, Márcio Minamiguchi, explica que o resultado era esperado, mas a velocidade surpreendeu. "O Censo reflete esse contexto de diminuição no número de nascimentos e aumento da parcela idosa. A tendência é que esse processo venha a se acentuar no curto prazo", afirma.

A queda na taxa de natalidade, atribuída pelo IBGE à maior escolarização das mulheres, também contribuiu para impulsionar o envelhecimento populacional. Desde os anos 1960, o acesso à educação foi ampliado com a massificação do ensino universitário.

Além disso, houve a disseminação de métodos anticoncepcionais, como a pílula, e as mulheres passaram a adiar a maternidade.