Embaixada do Brasil no Chile terá placa que reconhece apoio da ditadura brasileira ao golpe de Pinochet
Uma caravana de exilados retorna ao Chile após 50 anos para homenagear brasileiros mortos na ditadura
Foto: Facebook/Embaixada do Brasil em Santiago
Uma comitiva de brasileiros que se refugiaram no Chile durante a ditadura militar está prestes a embarcar em uma viagem de volta à nação sul-americana que os acolheu décadas atrás. O motivo é a lembrança dos 50 anos do golpe que derrubou o presidente Salvador Allende e a homenagem aos seis brasileiros que foram assassinados durante esse período.
No âmbito das comemorações, o governo brasileiro aprovou a instalação de uma placa na embaixada do Brasil em Santiago, informando que, em 1973, "muitos foram presos e torturados pelas forças golpistas, com a participação de agentes da repressão brasileira". Essa placa será um testemunho permanente de solidariedade entre os dois países, com a inscrição final: "No Brasil e no Chile, Ditadura Nunca Mais."
A comitiva, chamada de "Viva Chile!", é composta principalmente por ex-militantes de organizações de extrema-esquerda e será financiada com recursos próprios dos participantes. Figuras proeminentes como José Serra, ex-senador e ex-membro da Ação Popular, e o ex-governador João Capiberibe, da ALN, estavam entre os convidados, mas Serra não pode viajar devido a questões de saúde. Capiberibe relembrou os momentos de terror vívidos no Chile após o golpe de Pinochet e como escapou por pouco da prisão.
Além de marcar os 50 anos do golpe, a viagem tem um objetivo documental. O cineasta Silvio Tendler aproveitará uma ocasião para capturar imagens e histórias dos exilados brasileiros para seu próximo filme, destacando suas experiências e o impacto do retorno ao Chile.