Empresário suspeito de matar baiana na Argentina pode ser libertado
Caso aconteceu no dia 30 de março; corpo da baiana foi encontrado sem roupa no prédio onde o suspeito morava
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A defesa do empresário Francisco Sáenz Valiente, de 52 anos, suspeito de feminicídio contra a baiana Emmily Rodrigues, 26, entrou com um pedido solicitando a liberdade do acusado. Se o juiz acatar o pedido, será um sinal de que a versão de morte por suicídio sob efeito de alucinógenos prevalece sobre a versão da acusação de feminicídio para encobrir uma tentativa de abuso sexual.
A RFI (Radio França Internacional) entrevistou os advogados de defesa e acusação e teve acesso a detalhes do processo que investiga a morte da brasileira, que caiu no sexto andar de um prédio residencial em 30 de março, em Buenos Aires.
Desde então, o empresário está preso em uma delegacia no bairro de Barracas. Jornais da Argentina alegam que ele escreveu, em 5 de abril, uma carta à família da modelo brasileira Emmily Rodrigues Santos Gomes. “Fiz tudo o que foi possível para evitar que Emmily pulasse pela janela”, diz a carta escrita para a família da vítima.
“Caros pais, Lamento muito o acidente de sua filha. Fiz tudo o que foi possível para evitar que ela pulasse pela janela. Foi uma tragédia e liguei duas vezes para o 911 para pedir ajuda à polícia. Usei toda minha força para salvá-la. Daqui da prisão, lhes envio enormes condolências. Espero que se esclareça minha inocência”, escreveu o suspeito.
O advogado Rafael Cúneo Libarona disse à RFI que, como Francisco Sáenz Valiente não conhece a família de Emmily, a carta foi anexada ao processo.
O pai da baiana, Aristides Rodrigues, desmente a informação de que o resultado da autópsia teria indicado uso de drogas alucinógenas no dia em que a jovem morreu. Ele afirmou o resultado do exame ainda não está pronto.
Sobre a carta, o pai de Emmily diz que não recebeu e nem ficou sabendo sobre o documento. Segundo ele, a ação tem o objetivo de criar uma boa imagem do suspeito. Aristides disse ainda que o empresário é dono do primeiro jornal argentino que publicou as informações sobre as drogas e a carta.
O corpo da jovem foi encontrado, no dia 30 de março, sem roupa e com sinais de violência. O advogado da família de Emmily, Ignacio Trimarco, afirmou que não acredita que o empresário seja inocente porque ele tinha lesões e arranhões pelo corpo, o que dá indício de uma luta corporal com a vítima.
Segundo vizinhos, Francisco Valiente tinha um estilo de vida luxuoso e costumava dar festas no apartamento, com "músicas e gritos".
O Ministério das Relações Exteriores disse que está em contato com as autoridades argentinas para apurar as circunstâncias da morte.
