EMS divulga permissão da Anvisa para estrear Ozempic nacional
Empresa teve consentimento da Anvisa para a produção do Olire, medicamentos feito a partir da liraglutida
Foto: Marcello Casal JR/Agência Brasil
A EMS divulgou na última quarta-feira (24) que teve o consentimento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a fabricação de dois medicamentos à base de liraglutida: Olire, para o tratamento de obesidade, e Lirux, para controle do diabetes tipo 2. A data para estrear ainda não foi revelada: sabe-se somente que devem ser lançados em 2025.
Os dois produtos poderão ser comprados nas farmácias brasileiras a partir de 2025. Com isso a a EMS será a primeira farmacêutica 100% brasileira a adentrar no mercado global de análogos de GLP-1, disputando de forma direta com empresas como Novo Nordisk (Ozempic e Wegovy) e Eli Lily (Mounjaro).
A diferença fundamental no que se refere aos competidores é a utilização da liraglutida, que deve ser aplicada diariamente; no caso da semiglutida, utilizada no Ozempic, e da tirzepatida, utilizada no Mounjaro, a aplicação é por semana. Todas as substâncias exibem o GLP-1, um hormônio fisiológico feito pelo intestino (incretinas), solto no aparecimento de glicose, que anuncia ao cérebro que estamos alimentados, reduzindo o apetite.
“Desenvolvemos um produto no país, com tecnologia brasileira, do zero", comunicou Carlos Sanchez, presidente do Conselho de Administração da companhia, em comunicado. "Vamos fabricar desde a matéria-prima até o produto acabado.” Segundo a companhia, os novos medicamentos integram a nova estratégia dele de internacionalização, para disputar globalmente com medicamentos complexos e inovadores.
De acordo Sanchez, a esperança é comercializar essas moléculas de liraglutida também no exterior. "Daqui a oito anos, o grupo poderá faturar US$ 2 bilhões no exterior e outros US$ 2 bilhões no Brasil”, declara.
De acordo com levantamento da Barclays, o setor de medicamentos para lutar contra a obesidade pode mover até US$ 199 bilhões por ano nos próximos anos. Só em 2022, as vendas do medicamento indicado para diabetes tipo 2 moveram mais de US$ 6 bilhões no mundo até agosto de 2023.
Olire, apontado para tratamento de obesidade e sobrepeso com comorbidades; e Lirux, indicado para diabetes tipo 2; copiam o GLP-1, um hormônio fisiológico feito pelo intestino (incretinas), solto na aparição da glicose, que comunica ao cérebro que estamos alimentados, reduzindo o apetite. Ele eleva os níveis de insulina e balanceia os níveis de açúcar no sangue. Estes medicamentos de inovação incremental são produzidos atravé da UltraPurePep, a tecnologia mais inovadora que existe para fazer a nova geração de análogos de GLP-1, que promove alto grau de pureza e rendimento.
Os medicamentos Olire e Lirux já estão sendo feitos em fase piloto na nova unidade fabril do Grupo NC, Rio Biofarmaceutica Brasil Ltda (RBBL), posicionada em um espaço de 2,5 mil m² dentro da própria sede da farmacêutica EMS, em Hortolândia (SP), em que a inauguração aconteceu neste ano.
Apenas a fábrica fez um investimento de R$ 70 milhões – desse total, R$ 48 milhões foram do financiamento com o BNDES, em contrato assinado em 2020.
Segundo a empresa, o grande diferencial é exatamente a tecnologia colocada que utiliza matéria prima sintética (peptídeo químico) e autoriza um alto teor de pureza. A dose de Lirux é até 1,8mg, ao dia; e de Olire, até 3mg ao dia.