Encarregado de negócios dos EUA afirma que início do tarifaço pode ser adiado, diz colunista
Informação teria sido discutida em reunião com Randofle, na quarta-feira (16)

Foto: Republicanos
O encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Scobar, enxerga possibilidade de adiar a data em que a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, anunciada por Donald Trump, entra em vigor. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (17) pelo colunista Lauro Jardim do jornal O Globo.
Na última semana, Trump cravou o dia 1º de agosto como o início do tarifaço. No entanto, o espaço de postergação foi apresentado por Escobar em reunião com o senador e líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT).
O encontro, que durou cerca de 40 minutos, faz parte das negociações adotadas pelo governo brasileiro que ocorrem desde o mês de março, com mais vigor depois do anúncio de Trump, no dia 9.
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Randolfe disse que o encarregado americano mencionou a atuação de um deputado brasileiro nos Estados Unidos, sem citar nominalmente o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Ele reportou a atuação de um deputado brasileiro lá [nos Estados Unidos]. Obviamente me parece que, diante da atuação de um deputado brasileiro, ele queria ouvir a opinião do Parlamento brasileiro", afirmou o senador a jornalistas após a reunião.
O líder do governo Lula disse que a posição de Eduardo Bolsonaro não reflete a do Congresso e se propôs a mediar um encontro entre ele e os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) o que será feito.
Scobar deixou o Congresso Nacional sem responder a perguntas. Randolfe, por sua vez, disse que foi procurado pelo estadunidense nesta terça (14) e consultou o Itamaraty sobre a agenda.
Scobar esteve ao menos duas vezes com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desde o anúncio de Trump: primeiro na sexta-feira (11) e depois nesta terça, em encontro fechado com empresários, na capital paulista.
O representante dos Estados Unidos no Brasil foi convocado pelo Ministério das Relações Exteriores na quarta-feira da semana passada (9) para, inicialmente, explicar declarações de Trump sobre o Brasil e, depois, a carta sobre o tarifaço.
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