Energias eólica e solar geram 10% da eletricidade global pela 1ª vez em 2021
Dados constam no relatório Revisão Global de Eletricidade
Foto: Divulgação/Ari Versiani/PAC
O ano de 2021 registrou o alto uso de fontes energéticas, como o sol e o vento. Concomitantemente a isso, o ano também registrou o maior aumento na procura de carvão desde 1985.
Segundo relatório produzido por pesquisadores para a organização Ember, ao menos 50 países obtiveram mais de um décimo da energia a partir de fontes eólicas e solares. As fontes energéticas estão sendo cada vez mais utilizadas para gerar eletricidade, afirma o grupo de especialistas que avaliou o setor energético para a organização Ember, que produziu o levantamento Revisão Global de Eletricidade, de 2021.
Segundo o último documento referente ao monitoramento global da produção energética, no ano passado, foi registrado o recordo no uso de energia solar e eólica. No entanto, o texto alerta para um aumento abrupto na procura do carvão.
Cerca de 38% das fontes limpas geraram eletricidade a nível global. A parcela combinada eólica-solar atingiu, pela primeira vez, o máximo de 10%.
"As energias eólica e solar são as fontes de eletricidade de menor custo", comparando com a produção de eletricidade a partir de outros recursos, por isso torna-se uma necessidade "integrá-las em redes de alto nível", diz o estudo. Pelo menos um quarto dos países do mundo gera "mais de 10% de sua eletricidade a partir desses recursos de implantação rápida".
"As energias eólica e solar chegaram. O processo que irá remodelar o sistema energético existente já começou. Nesta década, precisam ser implantadas à velocidade da luz para reverter o aumento das emissões globais e combater as alterações climáticas", destacou Dave Jones, pesquisador da Revisão Global de Eletricidade da Ember.
Os Países Baixos, a Austrália e o Vietnam foram as nações que mais depressa transferiram um décimo da necessidade energética de eletricidade de combustíveis fósseis para fontes verdes, nos últimos dois anos, conforme relatório.
"A Holanda é ótimo exemplo de país de latitude mais setentrional, comprovando que não é apenas onde o Sol brilha, mas também é necessário ter conjuntura política certa, que faz a grande diferença para a energia solar decolar", disse Hannah Broadbent, pesquisadora da Ember.
Já no caso do Vietnam, "o grande aumento da geração solar foi impulsionado por tarifas feed-in - dinheiro que o governo paga para gerar eletricidade -, o que tornou muito atraente para residências e concessionárias a implantação de grande quantidade de energia solar", argumentou Jones.