Política

"Na política tudo tem tempo certo"

Em entrevista exclusiva ao Farol da Bahia, o senador Otto Alencar falou sobre a "crise da semana"

Por Juliana Dias
Ás

"Na política tudo tem tempo certo"

Foto: PSD Bahia

O senador Otto Alencar (PSD-BA) criou o hábito de, toda semana, elencar um assunto para figurar em "crise da semana". Nesta semana,  entende que a crise foi a sinalização de que a divulgação de que  Moro possa ser indicado ao Supremo, foi fora de hora. "Na política tudo tem o tempo certo, se for antes é precipitado e depois é retardado", disse Otto em entrevista exclusiva ao Farol da Bahia. 

Qual é a crise da semana?

O anúncio fora de tempo do nome de Moro, tanto é que ele mesmo disse que não acertou nada com Bolsonaro para ir ao Supremo. Na política, quando se fala antes da hora é precipitado, depois é retardado. A hora certa seria na aposentadoria do Celso de Mello.Então, falar agora, deixa o Moro mais vulnerável do que já estava. A crise do Dia pode ser também o filho do presidente querendo tirar o Santo Cruz [general que está a frente da Secretaria de Governo].

Como o senhor tem visto as medidas do novo ministro da educação Abraham Weintreiub e como avalia a nova ida dele ao Congresso?

Espero que ele explique as coisas corretas.  Eu às vezes sou crítico do governo, mas torço para dar certo. 

Como o senhor avalia o contingenciamento de 30% das verbas das Universidades Federais?

Eu vejo como errado, uma medida completamente equivocada, espero que ele se corrija, ainda há tempo. Errar é humano, permanecer no erro é burrice.

Essas audiências do Congresso  Nacional podem influenciar pra que o ministro reveja seu posicionamento?

Podem. Espero que ele não tenha na Câmara um desempenho tão ruim quanto teve no Senado. Espero que ele acerte o passo.

E a questão do Decreto das armas?

Sou completamente contra, armar a população aumenta a violência.

O senhor acompanhou os pareceres da Câmara e do Senado, que consideraram que houve extrapolação do poder regulamentar de um Decreto Presidencial?

Não tenho dúvida, ele fez ao arrepio da Lei. Mas ele [Bolsonaro] entendeu isso, que o Decreto é frágil.

Em relação à Bahia, fala-se no nome do senhor para o governo...

Eu nem cogito ainda, está bastante longe. Isso é coisa de torcedor, não passa pela minha cabeça.

Para prefeitura de Salvador, algum nome pelo PSD?

Vários. Ângelo Coronel foi o mais votado, depois vem o Alan Castro, o Manassés, o Antônio Brito.

Mas já se trabalha com alguns desses nomes?

Não. O Ângelo foi o mais votado, mas ele não fala ainda em ser candidato, disse que está fora do radar dele. Está distante, vamos aguardar. As coisas são na hora certa, quando o momento exige, eu não quero ser precipitado e dizer uma coisa pra depois ter que corrigir.

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