Epidemia de dengue pode impactar economia brasileira em R$ 20,3 bilhões em 2024

A epidemia de dengue, chikungunya e zika está projetada para causar um impacto significativo na economia brasileira em 2024, atingindo a marca de R$ 20,3 bilhões, o equivalente a 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Essa estimativa foi revelada em um estudo elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). 

Dos R$ 20,3 bilhões estimados, cerca de R$ 5,2 bilhões estão previstos para serem gastos no tratamento dos pacientes afetados, enquanto outros R$ 15,1 bilhões correspondem às perdas esperadas devido à queda na produtividade das empresas.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o país registrou 1,21 milhão de casos confirmados e prováveis de dengue nas nove primeiras semanas do ano, em comparação com 261,4 mil casos no mesmo período de 2023. Além disso, houve 278 mortes confirmadas e 744 em investigação em 2024, com uma estimativa de que o número de casos possa chegar a 4,2 milhões até o final do ano.

A Fiemg calculou que o custo unitário por indivíduo com o tratamento para arboviroses é de R$ 1.227,90, em média, enquanto a perda de produção da empresa devido ao afastamento por arbovirose é de R$ 2.465,90 por trabalhador, em média.

O economista-chefe e um dos autores do estudo, João Gabriel Pio, destacou que a queda na produtividade das empresas pode resultar em redução no nível de emprego e queda na renda das famílias. Ele ressaltou que a epidemia afeta a sociedade como um todo e que a mobilização e o planejamento estratégico são essenciais para combater a propagação dessas doenças, especialmente nos períodos de maior intensidade de calor e chuvas.

Em Minas Gerais, a epidemia de dengue atingiu números recordes, com 368,7 mil infectados, resultando em um impacto econômico estimado em R$ 5,7 bilhões, entre custos com tratamento e efeitos na produtividade no trabalho.