Erro de estratégia do governo contribuiu para aumento de mortes na pandemia, afirma relatório da CPI
Relatório acusa "imunidade de rebanho" e atraso de vacinas como impulsionadores

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Em relatório do relator Renan Calheiros (MDB-AL), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, o senador acusa que um "erro de estratégia" pelo Governo Federal no enfrentamento da pandemia foi responsável por aumentar o números mortes pela doença.
De acordo com o documento, o “optou por agir de forma não técnica" em relação à pandemia e priorizou a "imunidade de rebanho", forma de se imunizar por meio de contaminação natural. Além disso, o senador aponta no relatório que o atraso das vacinas e a priorização do tratamento precoce também trouxeram consequências.
“Com esse comportamento o governo federal, que tinha o dever legal de agir, assentiu com na morte de brasileiras e brasileiros”, afirmou. Continuando que “essa atuação negligente apenas reforça que se priorizou a cura via medicamentos, e não a prevenção pela imunização, e optou-se pela exposição da população ao vírus, para que fosse atingida mais rapidamente a imunidade de rebanho".
O relator também cita que os impactos da pandemia nos povos indígenas deixam alerta.
“Denúncias sobre a ocorrência de genocídio contra povos indígenas começaram a surgir ainda em 2019, e fatos novos trazidos à CPI durante a pandemia constituem indícios fortes de que esse crime esteja, de fato, em curso.", afirmou.
Até o momento, a lista de indiciados no relatório de Renan, que vazou nesta segunda-feira (18), conta com mais de 70 nomes, incluindo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).