Escavação para investigar cemitério de escravizados do século 18 em Salvador é liberada
Caso seja comprovada a existência de vestígios do cemitério, a localidade onde atualmente funciona o estacionamento da Pupileira, no bairro de Nazaré, deve se tornar um museu a céu aberto

Foto: Divulgação/Silvana Olivieri
A escavação para investigar a existência de um cemitério de escravizados do século 18 no estacionamento da Pupileira, em Salvador, foi liberada na quarta-feira (26).
A localização de onde pode ter funcionado o cemitério foi descoberta durante uma pesquisa de doutorado desenvolvida na Universidade Federal da Bahia (Ufba) pela arquiteta urbanista Silvana Olivieri. A pesquisadora identificou o local após comparações de mapas da época e fotos de satélite atuais, em comparação a retratações da época de utilização do cemitério.
Silvana Olivieri divulgou a autorização, confirmada pela Santa Casa de Misericórdia da Bahia, responsável pelo imóvel. Os envolvidos na pesquisa e representantes da Santa Casa assinaram o termo de cooperação na tarde de quarta, com intermédio do Ministério Público do estado (MP-BA).
A pesquisadora responsável pela escavação detalhou que o próximo passo da investigação será realizada a elaboração de um projeto de pesquisa arqueológica, que deve ser aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Além da aprovação do Iphan, também será necessário o aval do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), pois a Pupileira é tombada pelo órgão.
A expectativa é de que o processo dure pouco mais de um mês, e que as escavações iniciem no mês de maio. Caso sejam comprovados vestígios do cemitério, o local pode se tornar um museu ao ar livre.