Esposa de Moro afirma: “Eles são uma coisa só”, sobre relação do marido com o presidente

A advogada e esposa do ex-juiz Sérgio Moro, concedeu entrevista para o jornal O Estado de São Paulo. Ela que é especialista em direito tributário, rejeita o título de digital influencer, mas se mostra presente nas redes sociais. A conversa aconteceu no escritório da Federação Nacional das Apaes, entidade voltada para a ajuda às pessoas com deficiência intelectual.

Diante do clima de radicalização política no País, Rosângela acha que não dá para levar tudo “a ferro e fogo” na internet. “Tem pessoas (nas redes sociais) que respondem com vocabulário mais pesado, num tom mais de ‘vamos comprar uma briga’, mas não é o meu objetivo perder energia nisso”, destacou.

Ela, que é católica, comentou sobre o tema abstinência. Sobre o governo, Rosângela é só elogios, inclusive à campanha da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que traz a abstinência sexual como uma das formas de evitar a gravidez precoce.

“A gravidez precoce é um problema, traz consequências, faz com que a jovem perca parte da sua vida. Tudo tem a sua fase”, disse. Sobre Bolsonaro, avalia que, ao contrário dos antecessores, o presidente não fez loteamento político dos cargos e evitou o “toma lá, dá cá”.

O presidente Jair Bolsonaro ameaçou esvaziar o Ministério da Justiça e Segurança Pública e retirar funções de Moro. A investida ocorreu justamente no momento em que a popularidade de Moro ultrapassa a dele. O ex-juiz federal é cotado como eventual candidato à Presidência da República em 2022.

Rosângela, no entanto, garante que Moro e o chefe formam um time. “O ministro até brincou esses dias: ‘Ah, vou tatuar na testa que não vou ser o presidente’. O ministro é da equipe do presidente Jair Bolsonaro, dá total apoio para o presidente, inclusive no futuro aí, na reeleição”, disse, referindo-se ao marido pelo cargo que ocupa.

Ela foi diplomática sobre como se define no campo político. Bolsonarista ou morista? “Sou pró-governo federal. Eu não vejo o Bolsonaro, o Sérgio Moro. Eu vejo o Sérgio Moro no governo do presidente Jair Bolsonaro, eu vejo uma coisa só”, afirmou.

Segundo a advogada, a derrubada da prisão após condenação em segunda instância, que abriu caminho para a soltura do ex-presidente Lula e a criação do juiz de garantias – medida prevista na lei anticrime, que acabou suspensa por decisão do STF – não representaram uma derrota de Moro, mas, sim, da sociedade.

“Conhecendo a história do Judiciário, a exigência de dois juízes pode ser uma grande dificuldade, na medida em que há comarcas que não têm nenhum”, afirmou Rosângela.