Estados brasileiros ainda não mostram redução da transmissão de Covid-19, aponta Fiocruz

Uma análise feita por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que, mesmo após ter passado a semana com o maior registro de casos confirmados e mortes em decorrência do novo coronavírus, os estados brasileiros ainda não mostraram redução da transmissão da Covid-19. Diante disso, os cientistas consideram esse cenário como uma espécie de platô, onde o patamar alto de transmissão pode se prolongar indefinidamente.  

A Fiocruz ainda alerta sobre a permanência de um alto número de casos e mortes. "A diminuição dos atendimentos de casos graves e, consequentemente, o aumento da disponibilidade de leitos de UTI é um dos critérios que devem ser considerados para se adotar medidas de relaxamento, mas não o único. O comportamento das curvas de casos e óbitos, o ritmo e a tendência do contágio, além de expansão da capacidade de testagem para identificar casos e isolar e rastrear os contatos devem ser considerados como alicerces para a retomada das atividades econômicas”, disse em nota.

A equipe de pesquisadores do MonitoraCovid-19, ferramenta da instituição, realizou uma procura do retrato real da pandemia no País, com base na concentração de casos da doença nas primeiras 24 semanas de cada estado brasileiro. 

Como resultado, eles observaram que os estados de Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia e Sergipe apresentaram a semana 24 como a de maior concentração de casos até o momento. Ou seja, nesses locais a pandemia ainda está em ascensão.

O estudo também ressalta os riscos das grandes metrópoles brasileiras em adotar políticas de reabertura econômica e flexibilização do isolamento social no atual cenário.