Estados insulares e países em desenvolvimento abandonam negociação da COP29 em impasse sobre financiamento climático
Delegações protestam contra texto atual do documento que não considera necessidades de países mais vulneráveis
Foto: Apex Brasil/Divulgação
As delegações de pequenos Estados insulares e países em desenvolvimento abandonaram uma reunião de negociação com a presidência da COP29, a conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Baku, neste sábado (23).
A atitude foi tomada em protesto contra o projeto de acordo em negociação, já que para as delegações o texto atual não considera a inflação nem as necessidades reais dessas nações.
"Saímos temporariamente das consultas porque sentimos que o texto não reflete o motivo pelo qual viemos aqui", escreveu presidente do grupo dos países menos desenvolvidos nas negociações da ONU sobre alterações climáticas, Evans Njewa, no X.
Os países em desenvolvimento pedem US$ 1,3 trilhão por ano para o financiamento climático, enquanto a proposta apresentada na sexta entregaria US$ 250 bilhões anuais até 2035.
A versão final do documento está sendo negociada por representantes dos quase 200 países presentes na conferência. Com o movimento, as negociações que já deveriam ter acabado na sexta (22), entraram oficialmente em prorrogação na sexta-feira (22) à tarde, após 12 dias de negociações que não chegaram a um consenso.
A plenária final do evento foi inicialmente agendada para o meio-dia (horário de Brasília; 19h em Baku) deste sábado. Com o protesto, foi remarcada para dali a uma hora (13h no Brasil; 20h em Baku).
A realização da sessão final ainda é dada como incerta. Uma nova proposta de texto não foi apresentada pela presidência, o que levanta a possibilidade de que o atraso se arraste até o domingo (24).
Se a COP29 terminar sem um acordo sobre a nova meta de financiamento, mais conhecida pela sigla em inglês NCQG (novo objetivo coletivo quantificado), o assunto ficará para ser resolvido na próxima conferência, a COP30, em Belém, no Brasil, em 2025.