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Estudantes universitários de Simões Filho enfrentam dificuldades para frequentar aulas presenciais

Prefeitura não disponibilizou transporte escolar aos alunos; Entenda

Por Ane Catarine Lima
Ás

Estudantes universitários de Simões Filho enfrentam dificuldades para frequentar aulas presenciais

Foto: Montagem / Arquivo Pessoal

A pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, trouxe inúmeros impactos para a educação no Brasil. Embora tenha sido essencial, o ensino remoto evidenciou as desigualdades. Após dois anos, a maioria das instituições de ensino na Bahia retomaram as aulas presenciais. Mas, infelizmente, o acesso ao ensino ainda é uma dificuldade para muitos estudantes.

No município baiano de Simões Filho, por exemplo, centenas de estudantes estão enfrentando dificuldades para chegar às instituições devido à falta do transporte universitário, antes disponibilizado pela prefeitura municipal. No geral, o coletivo é responsável por fazer 20 roteiros que atendem os universitários que estudam em Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari, Candeias, Madre de Deus, entre outras cidades baianas.

Sem a circulação desse transporte, muitos estudantes têm buscado alternativas para comparecer às universidades. Estudante de direito na faculdade Unime, em Salvador, Jenifer Pereira, de 20 anos, precisa desembolsar R$ 20 de transporte todos os dias para assistir às aulas. Em entrevista ao Farol da Bahia, a estudante explicou que consegue pegar carona com um colega e o dinheiro é usado para dividir a gasolina. 

"Nós estudantes daqui de Simões Filho somos beneficiários de um transporte para locomoção até a faculdade. Porém, mesmo o governador tendo avisado previamente sobre o retorno das aulas presenciais, a prefeitura daqui decidiu iniciar a licitação para o transporte apenas agora, ou seja, prejudicou muitos estudantes, visto que as universidades são fora do município e muito dos alunos são hipossuficiente, não tendo condições de arcar com a gasolina a R$ 8 o litro ou com R$ 8,80 todos os dias no ônibus comum”, disse a estudante. “Me sinto abandonada e desgastada. Já estamos cansados de solicitar o básico para ter acesso à educação superior e a prefeitura não olhar por nós”, completou.

O estudante de história na Universidade Federal da Bahia (Ufba), Welber Fernandes, de 23 anos, faz parte do grupo de alunos que não tem condições de dividir gasolina e arcar com o preço do transporte público. Desempregado desde o início da pandemia, ele contou ao Farol da Bahia que tem feito um esforço maior para se locomover até a faculdade nesta primeira semana de aula com o objetivo de justificar a situação aos professores e tentar ver uma outra forma de acompanhar as atividades.

“Devido à pandemia, acabei ficando desempregado. Tem sido muito difícil mesmo. Antes, estávamos acompanhando a universidade de forma remota. Com o retorno das aulas presenciais e sem emprego, vai ser extremamente difícil acompanhar o semestre. Para nós, estudantes de Simões Filho, a meia passagem não funciona. Nós temos que ter meia da empresa Expresso Metropolitano e meia da Litoral Norte, porque os ônibus da expresso não aceitam a meia da litoral e vice versa. Além disso, é impossível arcar o valor da passagem sem emprego”, afirmou Fernandes. 

“Por dia eu gastaria R$8,80 para pegar o transporte público e chegar à universidade, o que daria quase R$55 semanais. Me sinto desamparado, pois, muitos nos falam em estudar para alcançar os objetivos, mas não nos dão meios de chegar ao estudo. Desse jeito, fica complicado pensar em universidade”, continuou o estudante de história.

Douglas Simões, estudante do Centro Universitário Maurício de Nassau em Lauro de Freitas, reforça a situação de emergência. Segundo ele, as aulas presenciais começaram no dia 7 de março e desde então a prefeitura não solucionou o problema relacionado à falta de transporte. 

“Nós fomos até a prefeitura em busca de soluções, mas foi nos informado que uma licitação seria lançada. Eles disseram, ainda, que não sabem que empresa vai ficar responsável por esse transporte. Eles falam que vão resolver, mas até agora nada. Se continuar do jeito que está, essa situação só vai ser resolvida no final de abril. Caso isso ocorra, muitos alunos vão perder o semestre”, afirmou Simões. 

Mobilização

Para cobrar celeridade da Prefeitura de Simões Filho, os estudantes universitários irão realizar um protesto na rua do prefeito Dinha (MDB) no próximo sábado (19), às 8h. Para os interessados em participar do ato, o ponto de encontro será na Praça da Bíblia.

Comunicado da Prefeitura

Devido a repercussão do problema enfrentado pelos estudantes, a Prefeitura de Simões Filho emitiu na última terça-feira (15), no site oficial, um comunicado aos estudantes. Veja abaixo o documento na íntegra: 

Atenta ao momento e buscando auxiliar os estudantes universitários, até a finalização do processo licitatório do transporte, a Prefeitura Municipal de Simões Filho estará montando um transbordo para facilitar a condução dos alunos até os bairros. O ponto central de partida será na Praça do CIA I, em frente a UPA, a partir das 22h.

Destino: Pitanguinha, Cova da Gia, Góes Calmon, Simões Filho 1, Km 30, Km 25, Estrada de Candeias, Renatão, Palmares, Aratu, Ilha de São João, Mapele, Santa Luzia, Santa Rosa, Paulo Souto e Ponto de Parada. Ressaltamos que nossas equipes seguem empenhadas trabalhando para cumprir com celeridade o que determina a Lei Federal 8.666/93.

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