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Saúde

Estudo afirma que não há evidências de que depressão é causada por níveis baixos de serotonina

Resultado vai na contramão de um conceito que se espalhou na comunidade médica

Por Da Redação
Ás

Estudo afirma que não há evidências de que depressão é causada por níveis baixos de serotonina

Foto: Reprodução/Pixabay

Um estudo feito por pesquisadores da University College London (UCL) concluiu que não há evidências claras que comprovem que níveis baixos de serotonina estão ligados à depressão. O resultado, publicado na revista Molecular Psychiatry, vai na contramão de um conceito que por muitos anos se espalhou na comunidade médica.

A análise levou em consideração que desde 1960 a depressão tem sido associada a uma anormalidade de substâncias químicas do cérebro, principalmente a serotonina, e é utilizada como embasamento para justificar o uso de antidepressivos, que aumentam a disponibilidade deste neurotransmissor no cérebro.

“É sempre difícil provar uma negativa, mas acho que podemos dizer com segurança que depois de uma vasta investigação, apesar da quantidade de pesquisas conduzidas ao longo de várias décadas, não há evidências convincentes de que a depressão seja causada por anormalidades da serotonina, particularmente por níveis mais baixos ou atividade reduzida da substância", afirma a autora principal do trabalho, Joanna Moncrieff, em comunicado. 

“A popularidade da teoria do 'desequilíbrio químico' da depressão coincidiu com um enorme aumento no uso de antidepressivos. As prescrições de antidepressivos aumentaram dramaticamente desde a década de 1990, com um em cada seis adultos na Inglaterra e 2% dos adolescentes recebendo prescrição de um antidepressivo em um determinado ano", completou.

Conclusões

Os pesquisadores reuniram os estudos mais expressivos sobre serotonina e depressão dos últimos anos. Separados por tema, eles analisaram grande parte dos dados disponíveis, exceto os que realizavam estudos em animais ou tratavam da depressão desencadeada por condições físicas. O principal objetivo dos cientistas foi desmistificar que a depressão é resultado de um desequilíbrio químico.

“Milhares de pessoas sofrem de efeitos colaterais dos antidepressivos, incluindo os graves efeitos de abstinência que podem ocorrer quando as pessoas tentam pará-los, mas as taxas de prescrição continuam aumentando. Acreditamos que essa situação tenha sido impulsionada em parte pela falsa crença de que a depressão se deve a um desequilíbrio químico. Já é hora de informar ao público que essa crença não é fundamentada na ciência”, alerta a autora.

Após uma metanálise de estudos sobre a relação do aumento de serotonina depois de tratamentos com antidepressivos, os pesquisadores concluíram que o efeito só acontece a curto prazo.  Os níveis desse neurotransmissor foram reduzidos após um período extenso de intervenção, sugerindo que o medicamento tem alterações compensatórias no cérebro, mas produz o efeito contrário a longo prazo.
 

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