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Estudo aponta que crimes patrimoniais diminuem e assassinatos aumentam no Brasil durante pandemia

Pesquisador afirma que esse período de quarentena por conta do coronavírus pode ser o 'maior experimento natural' para a criminalidade de todos os tempos

Por Da Redação
Ás

Estudo aponta que crimes patrimoniais diminuem e assassinatos aumentam no Brasil durante pandemia

Foto: Reprodução

O estudo do cientista político Túlio Kahn, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e ex-diretor do Departamento de Segurança Pública durante o governo de Fernando Henrique Cardoso aponta que a mudança na rotina das cidades causada pela pandemia do novo coronavírus trouxe uma série de alterações na criminalidade no Brasil. O número de crimes patrimoniais, como furtos e roubos diminuiu, enquanto homicídios dolosos se tornaram mais frequentes. 

O trabalho reúne dados do mês de março dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Alagoas, Ceará, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Pará, Paraíba, Pernambuco e Piauí. Nem todas as secretarias estaduais, no entanto, disponibilizam todos os dados e da mesma maneira. Os números de abril ainda não foram disponibilizados.

Espírito Santo registra mais mortes

O estudo mostra que o Espírito Santos foi o estado que registrou maior aumento no número de homicídios dolosos (50,5%), seguido de Ceará (48,3%), Minas Gerais (28,4%), São Paulo (22,8%) e Distrito Federal (15,8%). Alguns estados foram na contramão, registrando queda nos assassinatos, como Alagoas (21,1%), Rio Grande do Sul (8,7%) e Maranhão (4,5%).

No mesmo tipo de comparação, Rio de Janeiro foi o estado onde a quantidade de roubos mais teve queda (28,2%), acompanhado de Mato Grosso do Sul (27,7%), Rio Grande do Sul (24,1%) e Pará (23%).

Casos de estupro

O levantamento indica que além da diminuição de crimes contra o patrimônio, houve queda na apreensão de armas e drogas. Também caiu o número de estupros e lesões corporais dolosas, crimes que os especialistas na área não sabiam ao certo se teriam aumento ou diminuição, uma vez que parte deles é de natureza doméstica ou interpessoal. Kahn, no entanto, faz ressalvas.

“É preciso tomar cuidado (com relação aos dados sobre estupro), pois apesar das secretarias de segurança terem aumentado a possibilidade de registro online de ocorrências, é possível que a convivência com o agressor tenha inibido a notificação de muitos casos. A expectativa era de que aumentassem. Houve um aumento no caso de feminicídios, por exemplo”, disse.

Kahn informa que os padrões registrados no Brasil estão sendo observados em outros países durante a pandemia e estavam previstos antes da divulgação dos dados pelas secretarias estaduais. Segundo ele, existe uma lógica para os crimes aconteceram, como, por exemplo, o aumento no número de arrombamentos comerciais e a diminuição nos roubos a residências. Com menos vigilância, as lojas ficam mais vulneráveis, enquanto as pessoas trancadas dentro de casa inibem roubos nesses locais.

O pesquisador diz que as previsões daqui para a frente, no entanto, são uma incógnita. A recessão econômica em nível global que é esperada para os próximos meses pode alterar mais uma vez a dinâmica da criminalidade. 
 

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