Estudo indica que em 30 anos, mundo terá 1,2 bilhão de pessoas como refugiadas climáticas
Pesquisa levantou informações de 157 países
Foto: Bullit Marquez/AP Photo/Reprodução
Em um estudo inédito feito pelo Instituto pela Economia e pela Paz (IEP), uma organização de pesquisa global sem fins lucrativos, levantou dados econômicos e ambientais no Registro Ecológico de Ameaças (Ecological Threat Register), indicando que nos próximos 30 anos, 1,2 bilhão de pessoas se tonarão refugiadas do clima.
Se anteriormente há 100 anos as guerras e a fome tornaram imigrantes 60 milhões de europeus, atualmente a esses dois fatores está juntado a crise climática, aumentando problemas como secas e inundações e ocasionando fome e conflitos pela água, principalmente em países pobres.
Problemas agravados
O ERT utilizou dados de 157 países e apurou os riscos como crescimento populacional e consequências da crise climática, como falta de água e de alimentos, secas, inundações, ciclones e aumentos da temperatura e do nível do mar. O estudo indicou que, até 2050, 141 países serão expostos a ao menos uma ameaça ecológica. As 19 nações com maior número de ameaças abrangem 2,1 bilhões de habitantes, o que equivalem a 25% da população em todo mundo.
Fome, sede e desastres naturais
Mais de 2 bilhões de pessoas já encaram a fome, caso nada seja feito, serão 3,5 bilhões até 2050. Os cinco países mais afetados são Serra Leoa, Libéria, Níger, Malawi e Lesoto, onde atualmente se registra a menor expectativa de vida do planeta, ou seja, 48,86 anos. Mesmo em países desenvolvidos, a desnutrição registra alta de 2,7%, nos Estados Unidos, são aproximadamente 8,1 milhões de pessoas.
A água também já está em nível de escassez. Em dez anos, o aumento de incidentes violentos relacionados a ela foi de 270%; 2,6 bilhões de pessoas sofrem atualmente com falta extrema de água potável, e serão 5,4 bilhões em 2040.
No ano de 2050, haverá 1,2 bilhão de refugiados do clima. A população de 19 países será expulsa em decorrência da elevação do nível do mar, da mesma forma como 10% dos habitantes de países, a exemplo da China, Bangladesh, Índia, Vietnã, Indonésia e Tailândia, além de moradores como Alexandria (Egito), Haia (Holanda) e Osaka (Japão).
