EUA não vão apressar acordos comerciais antes de agosto, diz secretário do Tesouro americano
Ainda segundo Bessent, os EUA retomarão as negociações com a China "em um futuro muito próximo"

Foto: Flickr/Official White House Photo/Daniel Torok
O governo dos Estados Unidos está mais preocupado com a qualidade dos acordos comerciais do que com o tempo, disse o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, nesta segunda-feira (21), antes do prazo final de 1º de agosto para os países fecharem um acordo comercial.
"Não vamos nos apressar para fechar acordos", disse Bessent em uma entrevista à CNBC.
Perguntado se o prazo poderia ser prorrogado para os países envolvidos em negociações produtivas com Washington, Bessent disse que o presidente dos EUA, Donald Trump, é quem decidirá.
"Veremos o que o presidente quer fazer. Mas, novamente, se de alguma forma voltarmos à tarifa de 1º de agosto, acho que um nível tarifário mais alto pressionará mais esses países a chegarem a acordos melhores", afirmou.
Ainda segundo Bessent, os EUA retomarão as negociações com a China "em um futuro muito próximo". Para o secretário do Tesouro americano, as conversas irão abordar a compra de grandes quantidades de petróleo russo e iraniano por Pequim.
"Os chineses, infelizmente, são grandes compradores de petróleo iraniano sancionado, e de petróleo russo sancionado. Então, poderíamos começar a discutir isso", disse ele.
A China é, juntamente com a Índia, um dos principais clientes do petróleo russo, que foi sancionado desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022. O país também importa petróleo iraniano, que está sujeito a sanções.
"Poderíamos também discutir o elefante na sala, que é esse grande reequilíbrio que os chineses precisam fazer".
Bessent também lembrou que o governo americano considera a implementação de sanções secundárias à Rússia. "Qualquer país que comprar petróleo russo sancionado será forçado a pagar tarifas de 100%", alertou.
"Peço aos países europeus que sigam nosso exemplo se implementarmos essas tarifas secundárias", acrescentou Bessent.
Na última semana, cinco meses após promover uma reversão na política americana para a Guerra da Ucrânia e aproximar-se de Vladimir Putin, Trump deu um ultimato ao presidente russo: ou ele acerta uma trégua com Kiev em até 50 dias ou Moscou será alvo de novas e duras sanções econômicas.
O republicano falou em "tarifas severas", especificando que seriam secundárias. Ou seja, atingiriam aqueles que fazem negócios com os russos. Ele não citou o Brasil, com quem está em aberta guerra tarifária, mas o país é grande comprador de óleo diesel de Putin, por exemplo.