Ex-Ministro da Justiça Anderson Torres depõe hoje (8) à CPI do 8 de janeiro
Alexandre de Moraes, ministro do STF, concede direito ao silêncio a Anderson Torres em seu depoimento
Foto: Agência Brasil
O ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, prestará depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, nesta terça-feira (8). No entanto, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Torres terá o direito ao silêncio garantido, podendo se recusar a responder perguntas que possam implicá-lo em autoincriminação.
O depoimento ocorre no contexto de investigações sobre a omissão nos atos de 8 de janeiro. Inicialmente convocado como testemunha, a defesa de Anderson Torres requereu ao STF que ele fosse considerado um "investigado", o que lhe garantiria o direito ao silêncio apenas em situações de autoincriminação ou questões fora do escopo da CPMI.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes também estabeleceu restrições ao contato pessoal com senadores Flávio Bolsonaro e Marcos do Val, devido à conexão dos fatos investigados e das investigações envolvendo esses parlamentares.
Espera-se que o depoimento de Torres traga esclarecimentos sobre a "minuta do golpe" encontrada em sua residência, sua viagem aos Estados Unidos durante os eventos de janeiro, contatos com a Polícia Rodoviária Federal durante as eleições e outros temas que os parlamentares optarem por questionar. A estratégia do ex-ministro é responder às perguntas pertinentes, mantendo suas posições já expressas em depoimentos anteriores à Polícia Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral.
Vale destacar que Anderson Torres foi preso sob suspeitas relacionadas aos eventos e ficou detido por cerca de quatro meses. Após ser solto por decisão de Alexandre de Moraes, ele está sujeito a medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.