Bolsonaro critica decisão do TSE e se declara perseguido durante evento em Anápolis

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez críticas, na sexta-feira (21), ao julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o tornou inelegível há aproximadamente um mês, sob alegações de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante a pré-campanha eleitoral de 2022. A declaração foi feita durante evento de condecoração da prefeitura de Anápolis (GO).

Bolsonaro afirmou que sua inelegibilidade ocorreu de forma "nebulosa" e se declarou "perseguido". Ele também mencionou o resultado das eleições de 2022, na qual foi derrotado pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), referindo-se a eles como "aqueles números do TSE".

O ex-presidente foi condenado pelo TSE, por 5 votos a 2, devido a uma reunião realizada no Palácio da Alvorada, em julho do ano anterior, com embaixadores estrangeiros, durante em que fez afirmações supostamente falsas sobre as urnas eletrônicas. A reunião foi transmitida ao vivo pela TV Brasil e pelas redes sociais do então presidente. No julgamento, a maioria dos ministros considerou que a conduta de Bolsonaro, ao utilizar recursos e bens públicos, visou a semear dúvidas sobre o sistema de votação, com o intuito de fortalecer o discurso de sua candidatura à reeleição.

Em seu discurso de aproximadamente 15 minutos em Anápolis, Bolsonaro também afirmou que poderia ter permanecido nos Estados Unidos após a eleição de 2022, mas escolheu retornar ao Brasil para liderar a oposição a Lula. Ele disse ainda ter "deixado" Lula assumir a Presidência, destacando que viajou antes da posse e se recusou a transmitir o cargo, afirmando que jamais passaria a faixa presidencial para alguém com o passado do atual presidente.