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Ex-presidente do IBGE critica dados preliminares do Censo 2022: ‘Não são confiáveis'

Para Roberto Olinto, pesquisa vive tragédia absoluta

Por Da Redação
Ás

Ex-presidente do IBGE critica dados preliminares do Censo 2022: ‘Não são confiáveis'

Foto: Agência Brasil

O ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Roberto Olinto, afirmou nesta terça-feira (24), em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que a publicação dos dados preliminares do Censo Demográfico 2022 expõe a "tragédia absoluta" que se abateu sobre a pesquisa. Segundo ele, os dados coletados não são confiáveis.

“O Censo é para ser levantado em dois meses [a coleta começou em 1º de agosto de 2022], e nós estamos no meio de janeiro e não terminou. Tem só metade dos recenseadores. O IBGE pedindo para a prefeitura do Rio de Janeiro botar agente municipal de saúde para coletar Censo. O cara não foi treinado, ele não sabe o que está fazendo. Tragédia absoluta”, afirmou Olinto.

“Saem os resultados preliminares. Coisas absolutamente inexplicáveis. No Rio de Janeiro, os municípios da região metropolitana, todos caíram de população em relação a 2010. No Rio Grande do Sul, um número enorme de municípios judicializou, porque não se sabe se o Censo está certo ou errado. Eu acho que está errado”, completou.

De acordo com o ex-presidente do IBGE, os resultados não são confiáveis porque os responsáveis pelo Censo imputaram dados para quase 20% da população. “Imputar dado é você dizer: eu não tenho dados para 20% da população e vou usar um processo que normalmente se usa para 2%. Nenhum Censo cobre 100% da população, mas você tem uma alta cobertura. E tem problemas em algumas variáveis. Renda, população, idade. Não é uma coisa do tipo 'eu não tenho informação de metade do município'. E o que estão fazendo? Estão imputando questionários inteiros”, afirmou. 

Ainda durante a entrevista, Roberto Olinto defendeu a realização de uma ampla auditoria dos dados para verificar se eles são válidos, se é preciso realizar um trabalho adicional ou, em caso extremo, se é o caso de elaborar um novo Censo. "Por que tem que auditar? Porque esses dados não são confiáveis. Teve todos esses problemas, e uma coleta de seis meses é tudo que a demografia reclama. Não pode ser assim", reforçou o ex-presidente do IBGE.

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