Ex-secretário da Casa Civil da Bahia fica em silêncio na CPI da Covid no RN
Bruno Dauster depôs na condição de investigado pela compra dos respiradores, feitas pelo Consórcio Nordeste, não entregues
Foto: João Gilberto/ALRN
Bruno Dauster, ex-secretário da Casa Civil da Bahia, compareceu na quinta-feira (4) na CPI da Covid, no Rio Grande do Norte, mas não depôes. Ele foi convocado para prestar depoimento à CPI na condição de investigado, mas por garantia judicial decidiu não responder às perguntas dos deputados.
"Vou manter o silêncio e não pode temer em autoincriminação, mas por orientação da minha defesa técnica ficarei em silêncio a todas as perguntas", disse Dauster.
A Comissão apura a situação dos respiradores comprados pelo Consórcio Nordeste e não entregues.
O advogado do ex-secretário da Casa Civil, Marcelo Marambaia, detalhou a decisão de Dauster. “Bruno já prestou dois depoimentos, um na Polícia Civil. No segundo momento, houve transferência da competência do STJ. Procuramos a PGR e a Polícia Federal para prestar depoimento. Ele prestou todos os esclarecimentos. Colocaremos tudo à disposição. Sempre houve intenção de colaborar por entender que os esclarecimentos foram dados, e os que correm em sigilo são investigados pela Polícia Federal e STJ.”, afirmou.
Bruno Dauster pediu exoneração do cargo que ocupava no governo da Bahia, em junho do ano passado, após a compra frustrada de 300 respiradores por meio do Consórcio Nordeste
O contrato foi com a empresa paulista Hampcare, recebeu mais de 48 milhões de reais pelo negócio, mas os equipamentos nunca foram entregues, e o dinheiro também não foi devolvido.
O Governo da Bahia disse, em nota, que a questão dos respiradores vem sendo tratada por alguns de forma irresponsável e com nítidos interesses políticos partidários. E que as medidas legais cabíveis no caso, foram tomadas, inclusive com prisões, e que continua firme para recuperar os recursos.
Já o Governo do Rio Grande do Norte reafirmou a legalidade da contratação de respiradores por parte do estado, e afirmou que o Tribunal de Contas se manifestou favorável afirmando que não houve dolo por parte do governo.