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Bahia

Ex-trabalhadores da CSN cobram prestação de contas de valores pagos pelo Sindicato dos Rodoviários

Categoria quer comparar o extrato com os valores recebidos e ter certeza que não houve desvios de dinheiro

Por Emilly Lima
Ás

Ex-trabalhadores da CSN cobram prestação de contas de valores pagos pelo Sindicato dos Rodoviários

Foto: Reprodução/ Jutahy Andrade

A primeira turma de ex-funcionários da CSN, um total de 1.118 trabalhadores, que receberam os valores rescisórios do pagamento de R$ 20 milhões feitos pela Prefeitura de Salvador à concessionária, cobram do Sindicato dos Rodoviários da Bahia o direito ao acesso à prestação de contas feitas ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Em entrevista ao Farol da Bahia, o ex-funcionário Itamar Ataídes explicou que foi contemplado na primeira etapa dos pagamentos, mas que não sabe se o valor que recebeu realmente era o valor previsto pela empresa. A categoria solicita que o sindicato divulgue a prestação de contas para que realizem uma comparação com o dinheiro recebido.

Segundo Ataídes, os trabalhadores receberam os depósitos feitos pelo sindicato, mas só enviaram a prestação de contas ao TRT após insistente cobrança do órgão. A apresentação dos valores pagos foi realizada em janeiro deste ano, quatro meses após os pagamentos terem sido feitos aos ex-funcionários da CSN.

"Tomamos conhecimento de que a prestação de contas foi feita em janeiro, mas eles não deram nenhum documento pra gente saber do que recebeu. A gente recebeu X, mas não sabemos a que se refere esse X. Nós queremos acesso à prestação de contas que foi feita no TRT para a gente comparar e ver se não teve nenhum tipo de desvio de valores. A gente não confia no sindicato", disse Itamar.

Crédito da Prefeitura de Salvador à CSN

O ex-CSN explicou que apesar de já ter recebido o pagamento da rescisão, luta pela causa dos outros colegas que ainda buscam receber o que lhe é de direito. Em um áudio que gravou, o qual o Farol da Bahia teve acesso, ele cobra do Sindicato dos Rodoviários, liderado pelo vereador Hélio Ferreira, a obrigação de buscar o dinheiro restante do crédito devido pela Prefeitura de Salvador à CSN.

À reportagem, ele afirmou que o sindicato não tem se movimentado para correr atrás de uma solução junto à prefeitura para o recebimento das rescisões da categoria. "O sindicato está muito omisso, muito calado. Não falam mais em grupo, não mandam áudio, não nos dão mais resposta nenhuma", acrescentou.

Ao comentar sobre a carta divulgada pelos empresários da CSN, Itamar Ataídes disse que do valor total que a prefeitura deve à concessionária, somente R$ 20 milhões foram repassados, mas que ainda restam pouco mais de R$ 112 milhões para serem pagos.

"Porém, a prefeitura não reconhece esse valor, só reconheceu os R$ 20 milhões. Eles falam que a CSN deve muito mais a prefeitura do que eles a CSN. Mas isso é uma briga judicial entre eles e os funcionários que estão saindo prejudicados. Por isso que eu digo que é obrigação do sindicato cobrar o crédito, mas ninguém sabe o motivo deles não quererem se indispor com a prefeitura", comentou Itamar.  

De acordo com o ex-trabalhador da concessionária, para o Sindicato dos Rodoviários, a solução do problema está na venda dos terrenos. No entanto, duas das áreas estão penhoradas com dívidas em bancos. "Dois terrenos já estão com os nomes nos bancos. Um no nome do Bradesco, que é o terreno de Pirajá, e o outro, em São Cristóvão, está no nome da Caixa Econômica Federal", explicou.

"A única esperança do trabalhador é a prefeitura reconhecer o crédito que existe e repassar a parte que é da rescisão da categoria", pediu. 

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