Economia

Expectativas de inflação no Brasil seguem acima da meta, diz diretor do BC

Guillen afirmou que taxas de juros estão próximas do pico em vários países

Por Da Redação
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Expectativas de inflação no Brasil seguem acima da meta, diz diretor do BC

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O diretor de política econômica do Banco Central, Diogo Guillen, analisou, em um evento organizado pelo Barclays nesta sexta-feira (1º), a atual situação das expectativas de inflação no Brasil. Ele afirmou que, atualmente, a estimativa de inflação ainda se encontra acima da meta estabelecida e destacou que não há uma relação mecânica entre o ambiente de juros global e a definição da política monetária pelo BC.

Durante sua participação no evento, Guillen também observou que as taxas de juros estão próximas de seus picos em diversos países, ressaltando a expectativa de um ciclo de cortes ao longo do final de 2023 e 2024. Ele também mencionou um debate em andamento sobre a alta de juros de dez anos nos Estados Unidos, questionando se esta está relacionada ao fiscal de curto prazo ou se a taxa neutra sofreu alterações. Segundo o diretor, uma mudança na taxa neutra americana teria impacto significativo nas condições financeiras globais.

Guillen considera a indicação do Comitê de Política Monetária (Copom) de que fará o necessário para levar a inflação à meta como a "frase mais importante" da ata de sua reunião. Ele relembrou o início do ciclo de afrouxamento, destacando a atenção dada ao ritmo de cortes da taxa Selic. O diretor do BC enfatizou que a instituição deixou claro seu comprometimento com cortes de 50 pontos-base para as próximas reuniões, ressaltando que a decisão de acelerar o ritmo de afrouxamento seria tomada com cautela.

Quanto ao nível da Selic no fim do ciclo de queda de juros, Guillen se recusou a projetar números específicos, enfatizando a visão do Copom de que o patamar final da política monetária "depende de dados" e é "contracionista", considerando as expectativas de inflação ainda acima da meta.

Finalizando suas observações, Guillen abordou o debate global sobre a velocidade da desinflação de núcleos, discutindo se será mais rápida ou mais lenta e sua relação com políticas contracíclicas. Ele destacou que a maioria dos países ainda mantém expectativas de inflação acima de suas metas, mesmo apresentando uma tendência de queda nos últimos meses. Nos Estados Unidos, especificamente, Guillen observou que, apesar da redução, a inflação de núcleos ainda permanece incompatível com o alcance da meta estabelecida.

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