Explosões na Praça dos Três Poderes serão investigadas pela PF como ato terrorista
Artefatos explosivos foram detonados em um carro no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados e em frente ao STF
Foto: Reprodução/TV Globo
A Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito para investigar as duas explosões que ocorreram na Praça dos Três Poderes e resultaram na morte de um homem, na noite de quarta-feira (13). Segundo o diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, o caso é apurado como ato terrorista.
As detonações ocorreram em um intervalo de 20 segundos. A primeira foi em um carro que estava no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados. A segunda, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), e deixou Francisco Wanderley morto. Ele era dono do veículo.
Imagens de uma câmera de segurança mostram a ação do homem. Conforme investigações da PF, Francisco morava em Rio do Sul (SC) e alugou "há vários meses" uma casa em Ceilândia, a cerca de 30 quilômetros do local das explosões. A Polícia Civil disse que o aluguel foi feito dias atrás.
No imóvel, foram encontrados artefatos explosivos do mesmo tipo usado na Praça dos Três Poderes. No endereço ligado ao homem em Rio do Sul a PF apreendeu um notebook e um pen drive.
Francisco foi candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020. Ele não se elegeu. Antes da explosão em frente ao STF, ele tentou entrar no prédio, mas não obteve sucesso.
Reprodução/Redes Sociais
Em 24 de agosto deste ano, Francisco visitou o plenário do STF e usou uma foto para fazer ameaças nas redes sociais. “Deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro) ou não sabem o tamanho das presas ou é burrice mesmo. Provérbios 16:18 (A soberba precede a queda)”, escreveu.
No Whatsapp, em conversas consigo mesmo, Francisco indica que a polícia teria de 17h48 de quarta até sábado (16) para encontrar os explosivos, sem especificar a razão das datas. “Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda: William Bonner, José Sarney, Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso… Vocês 4 são VELHOS CEBÔSOS [sic] nojentos”, disse.
Em vigor desde 2016, a Lei Antiterrorismo define como ato de terrorismo "usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa".