Exportações baianas recuam 43,6% em julho devido à queda de preços e demanda no mercado internacional
Dados do MDIC mostram forte retração nas exportações baianas
Foto: Reprodução/Ascom SEI
As exportações do estado da Bahia sofreram um declínio acentuado de 43,6% em julho, totalizando US$ 707,4 milhões. A retração significativa nos volumes embarcados de derivados de petróleo (-98%), metalúrgicos (-36%), celulose (-11%) e soja (-7,3%) foi a principal causa desse recuo. Ao contrário do cenário nacional, a queda nos volumes não compensou a queda dos preços, resultando em um desempenho negativo no comércio exterior.
Os preços também contribuíram para o mau desempenho das vendas externas em julho, com uma redução média de 18,2% em relação ao ano anterior. Isso afetou principalmente commodities como petróleo, grãos e minerais. As commodities, que bateram recordes no mesmo período do ano anterior devido a eventos como a guerra entre Rússia e Ucrânia, enfrentaram uma queda nos últimos meses, impactando as exportações. No entanto, a perspectiva de uma boa safra de grãos ajudou a evitar uma queda ainda maior nas exportações.
Analisando por setores econômicos, a agropecuária registrou um recuo nas exportações de 17,2% em julho, enquanto a indústria de transformação teve a maior retração, influenciada pela queda de 63,6% nas vendas de produtos refinados. A indústria extrativa também enfrentou uma redução de 21,6% nas exportações.
A China, principal destino dos produtos baianos, foi o único grande mercado que registrou crescimento nas vendas em julho, com um aumento de 1,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, as vendas totais para a Ásia caíram 55%, enquanto as vendas para a América do Norte tiveram uma redução de 4,5%, para a América do Sul (incluindo o Mercosul) diminuíram 9,2% e para a União Europeia recuaram 53,9%.
No que diz respeito às importações, o total atingiu US$ 700,8 milhões em julho, uma queda de 6,7% em relação ao ano anterior. Nesse caso, a queda nos preços, especialmente nos setores de combustíveis e fertilizantes, foi o principal fator determinante, uma vez que o volume importado aumentou em 44,4% no mês.
No acumulado do ano até julho, as exportações baianas totalizaram US$ 5,77 bilhões, com um declínio de 28,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. As importações foram de US$ 5,44 bilhões, com uma redução de 17,3%. A corrente de comércio do estado apresentou uma queda de 23,5% no período, totalizando US$ 11,21 bilhões. O saldo comercial do estado ficou em US$ 333,2 milhões, 78% menor em relação ao mesmo período de 2022.
As informações são da base de dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan)
