Família de Mãe Bernadete contrata peritos particulares para revisar trabalho da Polícia Civil

A família da ialorixá e líder quilombola, Bernadete Pacífico, assassinada em agosto deste ano dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador, contratou peritos particulares para revisar o trabalho da Polícia Civil da Bahia. Jurandir Wellington Pacífico, filho de Mãe Bernadete, relatou ao G1, na terça-feira (7), que os peritos farão a revisão do trabalho de perícia e do laudo da morte da líder quilombola, já que a família não tem acesso ao inquérito policial.  

A Polícia Civil da Bahia havia pedido à Justiça a prorrogação do inquérito que apura o assassinato, no dia 18 de setembro. Essa prorrogação seria por apenas mais um mês, com vencimento no dia 18 de outubro. A família quer saber quais protocolos de proteção estavam sendo adotados antes dela ser executada, já que a ialorixá integrava o programa de proteção do Governo Federal. "Quero entender por que não estamos com acesso ao inquérito. O inquérito está em sigilo até para a família. Não resolveram o caso de Binho, e não vou permitir que o de minha mãe fique na mesma situação", desabafou Jurandir.

Em setembro, pelo menos três homens suspeitos de envolvimento no crime foram presos. A polícia disse, na época, que um deles foi o executor do crime, enquanto os outros dois teriam guardado as armas usadas para matar Mãe Bernadete. Parte das medidas adotadas no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) era o monitoramento da casa da líder quilombola através de câmeras de segurança. A família de Bernadete Pacífico, afirmou que três equipamentos não estavam funcionando no dia do assassinato.