Famílias mais pobres gastam 22% da renda com alimentação, aponta estudo

Inflação dos alimentos compromete mais orçamento do que os gastos com habitação, que incluem aluguel, luz e gás

Por Da Redação
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Famílias mais pobres gastam 22% da renda com alimentação, aponta estudo

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os alimentos são responsáveis por 22,61% do orçamento das famílias de baixa renda, que ganham de 1 a 1,5 salários mínimos. Os dados foram reunidos em um estudo do economista André Braz, coordenador de Índices de Preços da Fundação Getulio Vargas (FGV), publicado nesta segunda-feira (24) pelo jornal O Globo. 

O grupo de produtos consome mais das famílias que os gastos com habitação, que incluem aluguel, luz e gás, e já ultrapassou os transportes. 

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Mas não é só agora em 2025 que os preços dos alimentos têm assustado os brasileiros. Desde o início de 2020, pouco antes da pandemia de Covid-19, a alimentação no domicílio acumula alta de 55,87%, acima dos 33,46% da inflação média brasileira medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no mesmo período. 

Foram anos seguidos de altas fortes, justificados por secas e enchentes mais frequentes, a própria pandemia, alta do dólar, além dos conflitos ao redor do mundo. Somente em 2023 o peso do grupo alimentar no orçamento sofreu uma leve queda de 0,52%. 

Apesar de fatores que influenciam no aumento dos preços não atingirem exclusivamente o Brasil, como fenômenos climáticos e pandemia, o aumento acontece de forma mais contundente, pois em países desenvolvidos, com menos desigualdade social, os alimentos pesam menos na média da inflação.

O estudo de Braz mostra ainda que mesmo para lares com renda acima de 30 salários mínimos, o gasto com comida subiu de 9,23% em 2018 para os atuais 11,32% da despesa total.

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