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Bahia

Famílias são retiradas de área onde vivem após terreno ser vendido em Luís Eduardo Magalhães

Escolas, creches e posto de saúde também funcionam na região

Por Da Redação
Ás

Famílias são retiradas de área onde vivem após terreno ser vendido em Luís Eduardo Magalhães

Foto: Reprodução / TV Oeste

Cerca de 30 famílias foram obrigadas a deixar os imóveis onde vivem em uma fazenda no distrito de Buruti, zona rural de Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia. Uma empresa adquiriu o terreno junto aos antigos proprietários. O problema ocorre porque os moradores, que tiveram garantido direito de posse do terreno em 2009, dizem que não têm para onde ir.

A comunidade começou a ser formada na década de 90, quando cerca de 120 famílias se mudaram para o terreno, pertencente ao Grupo Agronol, para trabalhar pela empresa. Com a ajuda da Associação de Moradores e da prefeitura, foram construídos um centro cultural, uma Unidade de Saúde da Família, uma escola e uma creche, que atendem outros cinco bairros da região.

A maioria dos moradores não trabalha mais para o grupo. E com a venda da área para uma nova empresa, que administra fazendas de soja, milho e algodão, as famílias estão sendo retiradas. Algumas casas já chegaram a ser demolidas.

Estruturas desativadas

Já foram desativadas a creche e a escola municipal que funcionam na vila. Com isso, pelo menos 120 crianças precisarão ser atendidas em outros bairros.

Os imóveis na vila devem ser demolidos para dar espaço a plantações. Moradores registraram em vídeos o trabalho da empresa em algumas áreas do terreno. Tratores começaram a roçar um trecho de mata, onde também foi ateado fogo. As chamas se alastraram e chegaram próximo a algumas casas.

A juíza da 2ª Vara Cível de Buriti, Renata Guimarães, expediu uma liminar determinando a suspensão de qualquer ação na vila por parte dos antigos ou atuais proprietários. A decisão impede também qualquer mudança na estrutura da vila.

Segundo os moradores, mesmo com a decisão judicial, um caminhão da prefeitura foi flagrado por moradores fazendo a remoção de carteiras e equipamentos da escola.

A Procuradoria Geral do Município confirmou o fechamento da escola e da creche, mas o posto de saúde continuará funcionando. A Secretaria Municipal da Educação informou que os 120 alunos da escola e as crianças da creche já estão atendidos em bairros e comunidades próximos da vila. Ainda segundo a pasta, o acesso dos alunos será garantido acontecerá com transporte coletivo.

Maria Santini, a advogada que defende os moradores, informou que as famílias têm o direito de permanecer na área e tentar fazer o termo de posse expedido pela prefeitura.

O grupo Agronol comentou ao G1 apenas que o processo de venda está em andamento e não respondeu os outros questionamentos sobre a comunidade.
 

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