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Fiocruz alerta para aumento no número de atentados contra a própria vida por autointoxicação com medicação

A pandemia de Covid-19 é considerada um dos episódios que fomentaram o crescimento da taxa

Por Da Redação
Ás

Fiocruz alerta para aumento no número de atentados contra a própria vida por autointoxicação com medicação

Foto: Agência Brasil

Um estudo desenvolvido pelo Laboratório de Modelagem em Estatística, Geoprocessamento e Epidemiologia (Legepi) da Fiocruz Amazônia apontou um aumento de 264% nas taxas de suicídios devido à autointoxicação intencional por medicamentos no Brasil. Os dados contemplam os anos de 2003 e 2022. 

A pesquisa, cujos resultados foram publicados pela revista científica Frontiers in Public Health, revelou que o inédito aumento dessas taxas pode ter sido influenciado pelas seguidas crises que o país enfrentou na última década, em particular a político-econômica de 2015 e a pandemia de Covid-19, mais recentemente.

"O objetivo do estudo foi fornecer um panorama das características sociodemográficas e do local de ocorrência dos óbitos relacionados ao suicídio por autointoxicação medicamentosa intencional, bem como avaliar a tendência dessas taxas de mortalidade entre 2003 e 2022 e sua relação com crises regionais e globais", explica o pesquisador da Fiocruz Amazônia Jesem Orellana, chefe do Legepi e coordenador da pesquisa, juntamente com o médico psiquiatra Maximiliano Ponte, pesquisador da Fiocruz Ceará, e o pesquisador sênior da Fiocruz Amazônia, Bernardo Lessa Horta. 

De acordo com a análise, entre 2003 e 2022, houve predomínio de óbitos em mulheres (55,5%), indivíduos de 30-49 anos (47,2%), na raça/cor branca (53,2%) e na Região Sul (22,8%). 67,0% das mortes ocorreram em estabelecimentos de saúde e 40,4% dos suicídios ocorreram mediante o uso de drogas ou substâncias não especificadas. Além disso, os dados expressam que a autointoxicação se acentuou a partir de 2016 e atingiu um pico em 2022. 

“Em 2015, por exemplo, o Brasil mergulhou em um complexo contexto social, político e econômico e, por sua vez, em 2020 o país viveu sua pior crise sanitária deste século, a epidemia de Covid-19, que resultou não apenas em centenas de milhares de mortes evitáveis, como também em efeitos letais indiretos, tal como sugere o nosso estudo, agravando o já desfavorável cenário dos suicídios devido à autointoxicação medicamentosa no Brasil”, pondera o epidemiologista.

O pesquisador espera que os resultados do estudo possam auxiliar na elaboração de políticas preventivas que visem apoiar os serviços de saúde na redução desse tipo de morte evitável. “Sobretudo no que tange aos atendimentos pré-hospitalar e hospitalar, especialmente nos serviços de emergência, dado o elevado número de mortes observados em estabelecimentos de saúde no Brasil”, conclui Orellana.

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