Flamengo fecha acordo de indenização com última família das vítimas do incêndio no Ninho do Urubu
Goleiro Christian Esmério morreu no incêndio em 2019, aos 15 anos
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Foto: Reprodução/Redes Sociais
O Flamengo fechou, na terça-feira (4), o último acordo pendente de indenização com familiares das vítimas do incêndio no centro de treinamento do clube, em 2019, conhecido como Ninho do Urubu. Até hoje ninguém foi punido pelas mortes.
A resolução foi feita com os pais do goleiro Christian Esmério, uma das 10 vítimas. O jovem tinha 15 anos, defendia a seleção de base e era monitorado pelo exterior quando morreu na tragédia. O valor da indenização não foi revelado e está protegido sob cláusula de confidencialidade no acordo pactuado na Justiça.
Em fevereiro do ano passado, o Flamengo foi condenado a pagar cerca de R$ 3 milhões aos pais de Christian e ao irmão dele. O clube também precisaria arcar com uma pensão mensal de R$ 7 mil para cada familiar, que já vinha sendo paga de forma voluntária, até 2048 ou até o falecimento dos pais.
Ambas as partes recorreram da decisão. O valor era menor do que inicialmente pedia a família na ação, onde constava R$ 5,2 milhões de danos morais para os pais e R$ 240 mil para o irmão, além de R$ 3,9 milhões de pensão, à vista ou parcelado por mês.
Por meio de nota, o Flamengo disse que entende que “não há dinheiro no mundo que possa aplacar a dor pela perda de um filho ou de um irmão, mas continuar litigando, consideradas as circunstâncias do caso concreto, poderia impor ainda maior sofrimento à família, o que não é o desejo do Clube”.
Já a família de Christian optou por não comentar sobre os detalhes da indenização.
“ANDRÉIA PINTO CANDIDO DE OLIVEIRA, ALESSANDRO DA SILVA DOS SANTOS, CRISTIANO JUNIOR ESMÉRIO DE OLIVEIRA e CRISTIANO JÚNIOR CÂNDIDO ESMÉRIO, familiares de CHRISTIAN ESMÉRIO, através de seus advogados Dr. LOUIS DE CASTEJA, Dr. FERNANDO CESAR LEITE, Dr. ANTÔNIO SERGIO PEREIRA GONÇALVES e Dr. AGUINALDO SILVA DIAS JUNIOR informam que, o Clube de Regatas do Flamengo, ao adotar uma postura mais empática e consciente, reconheceu que a tragédia transcende questões financeiras, honrando a memória do jovem atleta. Desta forma, considerando o sigilo estabelecido no processo e no acordo firmado com o Clube de Regatas do Flamengo, a família e seus advogados não irão se manifestar acerca dos termos acordados”, disseram em nota.
As vítimas fatais do incêndio no Ninho foram:
• Athila Paixão, de 14 anos
• Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, 14 anos
• Bernardo Pisetta, 14 anos
• Christian Esmério, 15 anos
• Gedson Santos, 14 anos
• Jorge Eduardo Santos, 15 anos
• Pablo Henrique da Silva Matos, 14 anos
• Rykelmo de Souza Vianna, 16 anos
• Samuel Thomas Rosa, 15 anos
• Vitor Isaías, 15 anos
Segundo a perícia, o incêndio começou em um aparelho de ar condicionado e se alastrou rapidamente por causa do revestimento dos contêineres, que era altamente inflamável. Outros 16 jovens sobreviveram
O ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, o ex-diretor do clube, Antonio Marcio Mongelli e Garotti, são réus no processo referente ao caso.
Além deles, quatro representantes da Empresa Novo Horizonte Jacarepaguá importação e exportação: Claudia Pereira Rodrigues, por ter fornecido os módulos onde dormiam os atletas, em desacordo com a finalidade anunciada; e os engenheiros Fábio Hilario da Silva, Danilo da Silva Duarte e Weslley Gimenes, responsáveis pela fabricação, montagem e instalação dos contêineres.
Por fim, compõe o banco Edson Colman da Silva, sócio da Colman Refrigeração, que realizava a manutenção nos seis aparelhos de ar condicionado dos módulos.