Forças Armadas são acionadas em aeroportos e portos de SP e RJ em Operação GLO
Presidente Lula autoriza intervenção para reprimir avanço de organizações criminosas em terminais estratégicos
Foto: José Cruz/Agência Brasil
A operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos aeroportos e portos do Rio de Janeiro e de São Paulo tem início nesta segunda-feira (6). O objetivo da ação é reprimir o avanço de organizações criminosas em setores estratégicos que já são de responsabilidade do governo federal.
De acordo com o decreto, os militares da Marinha e da Aeronáutica atuarão nos portos de Santos (SP), Itaguaí (RJ) e do Rio de Janeiro (RJ), bem como nos aeroportos de Guarulhos, em São Paulo, e Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Vale ressaltar que o Exército não participará das ações determinadas por esta GLO, mantendo seu foco nas fronteiras brasileiras, onde detém poder de polícia.
A medida surge em meio a um cenário de escalada de violência, especialmente no Rio de Janeiro, onde recentes ações criminosas surpreenderam a opinião pública internacional. Médicos foram assassinados por engano e mais de 30 ônibus foram incendiados em protesto à prisão de milicianos.
A presença das Forças Armadas nos terminais de passageiros e de cargas dos dois estados mais populosos e ricos do país visa dificultar a circulação de armas, drogas e criminosos. O Ministério da Defesa destaca que esta GLO será uma operação "específica" para os três portos e os dois aeroportos, realizada em coordenação com órgãos de Segurança Pública, como a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O decreto estabelece que a GLO terá vigência até 3 de maio de 2024. A ação representa um passo importante na busca pela segurança e ordem pública nessas áreas vitais para a economia do país.
Criminosos de São Paulo
Marcos Roberto de Almeida, conhecido como "Tuta", foi apontado como a principal liderança do PCC até abril de 2022, quando foi excluído da facção. Acumulando um patrimônio significativo, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou o sequestro judicial de quatro de seus imóveis, incluindo um apartamento de luxo na região do Morumbi.
Outro líder do PCC, André de Oliveira Macedo, mais conhecido como "André do Rap", é um narcotraficante com vasto patrimônio. Atualmente foragido da Justiça, teve um helicóptero apreendido pela Polícia Civil de São Paulo, além de outros bens, como uma lancha Azimut avaliada em R$ 6 milhões.
Criminosos do Rio de Janeiro
Leomar Oliveira Barbosa, apelidado de "Playboy", é apontado como braço direito de Fernandinho Beira-Mar e membro do Comando Vermelho. Segundo a Polícia Federal, é responsável pelo tráfico internacional de drogas da facção criminosa. Mesmo tendo sido preso em 1991, deixou a cadeia em 2018 em decorrência de um habeas corpus.
Luiz Antonio da Silva Braga, conhecido como "Zinho", é um dos principais líderes das milícias no Rio de Janeiro. Sua ascensão na hierarquia do grupo ocorreu após a morte de seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko, em junho de 2021. A organização paramilitar de Zinho é acusada de extorsões e corrupção de agentes das Forças de Segurança, principalmente na zona oeste da capital fluminense.