Francês acusado de dopar esposa e abusar dela junto a outros homens é sentenciado a 20 anos de prisão
Homem praticava o crime desde 2011, e foi condenado nesta quinta-feira (19)
Foto: Reprodução
Dominique Pelicot, o francês acusado de drogar a ex-esposa, Gisèle Pelicot, de 72 anos, por dez anos para que ele e outros homens pudessem estuprá-la, foi condenado a pena máxima de 20 anos de prisão pelo tribunal de Avignon nesta quinta-feira (19). Durante a condenação, Pelicot declarou no tribunal que era um estuprador e pediu o perdão da família.
Além de ser julgado culpado das acusações contra a ex-esposa, o homem também foi considerado culpado de acusações contra a filha e noras. Dominique foi culpado de fazer e distribuir imagens de natureza sexual da filha Caroline.
Os demais réus acusados do crime de estupro agravado, negaram a situação de estupro, eles afirmaram que achavam que estavam participando de um jogo sexual consensual organizado pelo casal e argumentando que não era estupro, já que tinha autorização do marido.
No entanto, Pelicot negou a versão dos homens, e disse que todos sabiam que a mulher estava inconsciente e que a vítima não tinha ciência do que os envolvidos faziam com ela.
Todos os 51 réus dos crimes contra Gisèle foram considerados culpados, embora muitos tenham disso recebido sentenças menores do que as solicitadas pelos promotores.
Jacques C. recebeu a suspensão de cinco anos na sentença, por esse motivo, o homem sairá do tribunal ainda nesta quinta. Além dele, outros quatro homens acusados pelo crime de estupro sairão livres do tribunal, já que alguns deles já cumpriram a pena e outros receberam sentenças suspensas.
O Juiz Roger Arata declarou que vários dos homens condenados não serão levados para a prisão imediatamente por questões de saúde.
O acusado, Redouan A., por exemplo, foi diagnosticado como esquizofrênico por um especialista, e por esse motivo teve a sentença reduzida.
Os acusados Cyrille D., Lionel R. e Boris M. receberam sentenças de oito anos de prisão, embora o promotor da acusação tenha pedido penas de 12 anos.
Durante o julgamento, Gisèle autorizou que os vídeos registrados do abuso fosse apresentados no tribunal, com a intenção de incentivar outras mulheres a denunciarem crimes de exploração sexual. Diversos protestos aconteceram em toda a França em decorrência do julgamento, para apoiar a vítima, inclusive, um debate sobre a lei de estupro francesa foi realizado, e a legislação deve ser atualizada.